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As grandes transições, o risco de disrupção
Por que razão se acumulam tantos riscos elevados e com tal perigosidade? A razão principal, quero crer, reside no afloramento dos impactos das grandes transições - climática, ecológica, energética, demográfica, digital, migratória, laboral, sociocultural e sociopolítica - e numa inusitada convergência de todos os seus efeitos, internos e externos, nas décadas mais próximas e, bem assim, na impotência da política, tal como a conhecemos, para lidar com tantos eventos de tal amplitude. Senão vejamos. A vertigem digital e as suas inúmeras provações Eis o vórtice em que estamos metidos: chips e sensores, drones e câmaras de vigilância, interfaces cérebro-computacionais e nano-implantes, máquinas inteligentes e mestres algoritmos, robots e veículos autónomos, torres e antenas. Neste ambiente congestionado e num campo eletromagnético 4G+5G cada vez mais preenchido, seria impossível não acontecerem interações fortuitas, incidentes imprevistos, impactos inusitados, descobertas acidentais. Estamos, assim, obrigados a multiplicar os ângulos de observação e as perspetivas de olhar para os problemas. A surpresa pode ser, deveras, surpreendente. Basta, apenas, que aconteçam alguns acidentes graves cuja responsabilidade seja atribuída, “afinal”, à utilização abusiva de sistemas de inteligência automáticos e veículos autónomos. Estou convencido de que neste novo ambiente de virtualidade real a descontextualização que a inteligência artificial e automática carrega consigo nos fará passar inúmeras provações. Velocidade e colisão Com a chegada das redes 4G e 5G chegam as tecnologias mais disruptivas, mas chega, também, o risco de mais imersão, invasão e intrusão, ou seja, o risco iminente de uma grande colisão. Dito de outro modo, com a chegada das redes distribuídas as tecnologias imersivas, intrusivas e invasivas irão colidir, tarde ou cedo, com os seus destinatários potenciais. O que importa sublinhar nesta altura, no preciso momento em que a alta velocidade da rede 5G está para chegar, é o risco muito elevado de uma “grande colisão por excesso de velocidade”. De facto, a pandemia da covid-19 mostra-nos que está iminente uma grande colisão entre o infinitamente grande dos macro-organismos, os seres humanos que nós somos, e o infinitamente pequeno dos microorganismos, como é o caso da covid-19. Efeitos assimétricos Os efeitos assimétricos destas grandes transições vão deixar muitos territórios para trás. Cada transição tem o seu ciclo de vida específico, com uma duração variável, e é completamente impossível abordar todas as suas consequências no âmbito limitado de uma escala de tempo ou geografia em concreto. Ou seja, cada território nacional ou regional acabará por sofrer, tarde ou cedo, os danos colaterais de medidas erradas tomadas pelos territórios seus vizinhos. É nesta altura, justamente, que organizações supranacionais como a União Europeia ou subnacionais como as comunidades intermunicipais poderão e deverão mostrar toda a sua relevância geoeconómica e geopolítica. As interações fortuitas e os imponderáveis do acaso As características principais da rede 5G são a hipervelocidade, baixa latência, alta conectividade, elevada densidade e intensidade, curto alcance. Se pensarmos, agora, no polígono digital que esta rede nos oferece – Big data e computação na nuvem, (BDCC), Internet dos objetos (IOT), Inteligência artificial (IA), Realidade aumentada e virtual (RAV), Computação periférica (EC) – e na interação intensa entre estes e outros dispositivos tecnológicos e digitais, estamos cada vez mais próximos das chamadas “propriedades emergentes” do “serendipismo” (do inglês serenpidity), a saber, interações fortuitas, incidentes imprevistos, impactos inusitados, descobertas acidentais. Ou seja, perante a interdependência máxima crescem extraordinariamente os imponderáveis do acaso. Dispositivos tecnológicos e assistentes inteligentes Na sociedade da informação e da comunicação a inteligência deixou de estar contida nos limites humanos originais. Com efeito, nos dias que correm, a inteligência está dispersa e difusa, manifesta-se sob múltiplas formas e interage com praticamente tudo o que nos envolve. Deste ponto de vista, a realidade não para de aumentar todos os dias à medida que a inteligência se transfere para ambientes inteligentes que são extensões da nossa própria inteligência. Hoje tudo é smart, desde a realidade virtual e aumentada aos interfaces cérebro-computacionais, desde a inteligência dos objetos até à inteligência das máquinas. De facto, a nossa inteligência e as faculdades humanas estão a transitar para fora do seu habitat biológico e o corpo humano instala-se em dispositivos tecnológicos transumanos e pós-humanos cuja configuração futura nem sequer imaginamos. Entre a distração e a alucinação Somos screeners muitas horas por dia, é impossível manter a atenção num ambiente completamente saturado de notificações e avisos. A multiplicação dos dispositivos tecnológicos e digitais – uma espécie de sexto continente - exige de nós uma atualização constante. Todos os dias mergulhamos num imenso oceano de informação, experimentamos uma vertigem permanente para separar o essencial do acessório e lutamos com imensas dificuldades para administrar a nossa economia da atenção. No final do dia estamos exaustos e no dia seguinte, ainda debilitados, tudo recomeça. Na vertigem o foco da atenção converte-se num turbilhão, talvez, mesmo, em delírio e alucinação. As mudanças paradigmáticas Entre tantas transições previsíveis e excecionais haverá, também, mudanças paradigmáticas, cujos sinais de longo alcance só alguns vislumbrarão. O drama das mudanças paradigmáticas é que elas não se compadecem com a duração dos ciclos políticos curtos e muito menos com programas de governo reativos. A redução dos passivos climáticos, tais como o sequestro e armazenamento de carbono, ou a mudança de alguns aspetos nucleares do modelo de desenvolvimento dominante, por exemplo, a revisão de algumas cadeias de valor no sentido da sua reterritorialização, ou, ainda, a mudança de aspetos fundamentais do nosso comportamento quotidiano, por exemplo, no que diz respeito ao cumprimento de regras base de economia circular. Quer dizer, temos de estar avisados, não podemos permitir que os efeitos contraproducentes ou paradoxais das várias transições acabem por absorver os pequenos/grandes sinais das mudanças paradigmáticas. Notas Finais Como se observa, o risco de disrupção está sempre presente, seja o carácter invasivo e intrusivo das tecnologias 5G, a histeria coletiva de informação e comunicação num ambiente totalmente saturado, a crença nos mestres-algoritmos e na metalinguagem normalizadora das plataformas digitais. Digamos que, doravante, crescerá bastante o risco sistémico da economia digital 4G e 5G e, nesse sentido, estamos obrigados a desenvolver treino específico e capacidades especiais para entender e antecipar como se forjam e desenvolvem as interações fortuitas, os incidentes imprevistos e, por via deles, também, as descobertas acidentais. Este é o grande paradoxo do nosso tempo. Mais liberdade, mais incerteza, mais episódios acidentais. Por outro lado, os sinais dessas interações acidentais podem ser de tal modo fortuitos e furtivos que dificilmente caberão no interior das nossas métricas conceptuais e instrumentais habituais. O nosso arsenal teórico e, muito em especial, o campo das ciências sociais e humanas, com origem no iluminismo moderno e na cultura analógica, estão definitivamente postos em causa e a academia deve preparar-se para rever o seu estatuto científico eminente se não quiser ser um ator secundário que corre pelo lado de fora da realidade da cultura tecnológica e digital.
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O nosso tempo não corre de feição. Desastres ambientais motivados por alterações climáticas, campos de refugiados em número crescente, pandemia da covid-19, elevado número de abalos de terra e erupções vulcânicas, adição digital e ódio nas redes sociais, polarização social e radicalização política, crise da transição energética, precariedade nos mercados de trabalho e baixos salários, dívidas públicas acumuladas gigantescas, crescente tensão geopolítica entre grandes potências.
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Sloane Stephens bateu todas as probabilidades
Fiel às indicações do treinador – “Respira, bate na bola, mexe os pés” –, Stephens soube controlar melhor as emoções, embora, na véspera não soubesse o que fazer para lidar com o nervosismo. “Estive a ler revistas de carros, críticas sobre a segurança… é um pouco estranho mas foi o que fiz. Estava muito nervosa, mas sabia que ela, provavelmente, sentia o mesmo”, contou a norte-americana de 24 anos. Não foi preciso muito tempo para se saber quem estava mais à vontade no Arthur Ashe Stadium: três erros directos de Keys conduziram ao primeiro break e deram uma vantagem de 3-2 à compatriota. A ansiedade da jogadora de 22 anos foi aumentando, o que não ajudou a que reencontrasse o seu ténis poderoso. E Keys terminou com somente metade dos pontos disputados com o seu primeiro serviço e sem concretizar nenhum dos três break-points – todos no segundo jogo do segundo set. Mais conservadora no seu estilo de jogo, Stephens não precisou muito mais do que manter a bola em campo para manter o ascendente no encontro. Mas também serviu bem, contra-atacou e defendeu-se muito bem nas esporádicas tentativas de reacção de Keys, e fechou o encontro ao fim dos 61 minutos. “Fiz seis erros em todo o encontro? Inacreditável! Acho que isso nunca me aconteceu antes”, confessou Stephens, já na conferência de imprensa, após a vitória por 6-3, 6-0. Antes, também tinha ficado boquiaberta quando Keys cometeu o último erro, no terceiro match-point. “’Ganhei mesmo o Open dos EUA’. Fiquei assim um bocadinho… Uau!”, admitiu. E foi de estupefacção o seu ar quando recebeu o cheque de três milhões de euros. Pelo meio, abraçou longamente na rede a amiga Maddy, que não conseguiu conter as lágrimas. E depois de subir às bancadas para abraçar treinador, família e o namorado (o futebolista Jozy Altidore), foi sentar-se ao lado dela, fazendo-a sorrir. “Sendo a amiga que é, Sloane apoiou-me muito”, contou Keys, que também reconheceu os nervos. “Estive nervosa toda a manhã, obviamente. Sloane é uma adversária difícil de defrontar, especialmente quando não metemos muitas bolas e ela também não falha. Não sabia o que fazer quando estava no court, o que intensificou ainda mais o nervosismo”, admitiu Keys. Por causa das paragens forçadas, nenhuma delas vai surgir no "top-10" do ranking desta segunda-feira. Stephens, que regressou à competição em Julho, após uma paragem de 11 meses e uma operação ao pé direito, vai surgir no 17.º lugar. Já Keys, operada por duas vezes ao pulso esquerdo, a segunda em Junho, vai subir ao 12.º lugar. Mas com o regresso em pleno das veteranas Serena Williams, Victoria Azarenka e Maria Sharapova, o confronto com a nova geração, em que se incluem as duas norte-americanas, mas também as campeãs Jelena Ostapenko (Roland Garros) e Garbiñe Muguruza (Wimbledon), vai elevar o interesse sobre o circuito feminino em 2018. Quatro anos e meio depois de derrotar Serena Williams, ser apontada como sua sucessora e chegar às meias-finais do Open da Austrália, Stephens está orgulhosa por ter confirmado as expectativas. “Um dia, vou poder mostrar aos meus filhos que venci o Open dos EUA. Quantas pessoas podem dizer isto? Até já gravaram o meu nome no vestuário. Isto é espantoso”, disse Stephens, ainda incrédula.
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Se já era altamente improvável que duas jogadoras vindas de recentes intervenções cirúrgicas pudessem, poucos meses depois, estar numa final de um torneio do Grand Slam, as hipóteses de Sloane Stephens vencer o Open dos EUA eram mais reduzidas depois da sua amiga Madison Keys ter realizado uma exibição de sonho nas meias-finais. Mas, no derradeiro encontro entre duas estreantes em finais de majors, o maior nervosismo de Keys impediu-a de produzir o ténis que a levou a eliminar Venus Williams e, com 30 erros não forçados, contribuiu com metade dos pontos ganhos por Stephens e suficientes para erguer o seu primeiro troféu do Grand Slam.
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Praia algarvia entre as seis melhores do mundo, destaca TripAdvisor
Desta vez, deixa a segunda metade da tabela para firmar-se entre os dez melhores areais do planeta, subindo seis lugares em relação a 2021. “É uma praia deslumbrante... o sol bate nos diferentes tons de areia laranja e amarela das falésias altas que reflectem uma cor quente”, lê-se no comentário de um utilizador, destacado pela TripAdvisor em comunicado. “A própria areia da praia é um amarelo dourado de grão fino. As ondas quebram na praia com uma ferocidade gentil que cria um surf branco para nadadores e surfistas.” Para criar a lista, renovada anualmente, a TripAdvisor revê “dezenas de milhões de avaliações enviadas por milhões de viajantes globais nos últimos 12 meses”, analisando “a qualidade e a quantidade das avaliações” para “determinar as praias favoritas dos viajantes” no ano anterior, antecipando tendências para os próximos meses. Este ano, as escapadelas para praias insulares surgem particularmente “populares”, “com quase três quartos das dez melhores do mundo a situarem-se em locais remotos”, destaca a empresa em comunicado. É o caso da praia vencedora de 2023, a brasileira Baía do Sancho, localizada na ilha Fernando de Noronha. É um regresso ao topo da lista, subindo seis posições relativamente ao ano passado. Outro destaque é uma “nova e empolgante entrada”: a “dramática” praia de Reynisfjara, em Vik, na Islândia. “É uma praia como nenhuma outra”, assegura a nota de imprensa. “Com as suas mundialmente famosas areias negras e imponentes formações rochosas que se elevam sobre a costa, alguns podem reconhecer o impressionante cenário de A Guerra dos Tronos.” Apesar de “popular entre os observadores de pássaros devido aos vários tipos de aves marinhas avistadas nas proximidades, principalmente os papagaios-do-mar”, as “águas geladas” e as ondas, que podem atingir os 40 metros de altitude, não convidam a banhos. “É uma praia mais bem admirada da segurança do litoral.” “Além das adoradas praias do Havai, das Caraíbas e da Europa continental, a nossa comunidade está mesmo à procura de melhorar as suas experiências ao abraçar as falésias de Cannon Beach, na costa de Oregon, no Oeste dos Estados Unidos, e destinos mais frios, como a praia de Reynisfjara, na Islândia”, nota Sarah Firshein, chefe editorial da TripAdvisor, em comunicado.
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As “exuberantes falésias de areia vermelha” que emolduram “uma praia de areia branca que parece estender-se infinitamente”, terminando num “oceano azul-esverdeado”, valeram à praia da Falésia, situada em Olhos de Água, no concelho de Albufeira, o sexto lugar do ranking das melhores praias do mundo, eleito anualmente pelos Traveler's Choice Awards, da TripAdvisor. Há anos que o areal algarvio surge entre as preferências dos utilizadores da plataforma internacional, mantendo-se a única praia portuguesa no top mundial.
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Covid-19: Bruxelas desaconselha viagens para fora da UE para evitar mais cidadãos retidos
Insistindo desaconselhar que “as pessoas pensem [deslocar-se a] países terceiros nesta fase”, a responsável notou que Bruxelas “não quer voltar a ver cidadãos europeus retidos” fora da UE. “Essa foi a situação no início da crise e, por isso, tivemos de organizar vários voos para repatriar pessoas que estavam retidas em destinos afastados e que não puderam utilizar transportes para voltar”, ressalvou Adina Valean, recomendando “cautela nesta questão”. Desde meados de Março, existem fortes restrições à circulação nas fronteiras externas e internas da UE, devido às medidas de contenção adoptadas pelos Estados-membros para tentar conter a propagação da covid-19. Segundo a informação disponibilizada pela Comissão Europeia no seu site sobre a resposta ao novo coronavírus, existem de momento (dados de final de Abril) limites às viagens internacionais em todos os países da UE, embora alguns sejam apenas parciais ou regionais. Em Portugal, por exemplo, estão proibidas as viagens internacionais, mas existe alguma permissão para aterragem de voos europeus, nomeadamente de repatriamento, com excepção das ligações a Itália e Espanha. E relativamente a estas acções de repatriamento, Bruxelas dá conta na mesma página na Internet de que, até final de Abril, cerca de 520 mil cidadãos europeus regressaram à Europa nestas acções organizadas pelos Estados-membros. Já outros 56 mil retornaram em voos de repatriamento realizados ao abrigo do Mecanismo de Protecção Civil da UE, no âmbito do qual a Comissão Europeia suporta até 75% dos custos. Em 17 de Março passado, os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos em videoconferência, acordaram a interdição de entradas internacionais “não essenciais” em território europeu por 30 dias, como proposto antes pela Comissão Europeia. Quase um mês depois, em 8 de Abril, a Comissão Europeia convidou os Estados-membros a prolongarem esta interdição até 15 de Maio, o que se mantém. Estas restrições de viagens aplicam-se a todos os (22) Estados-membros da UE que fazem parte do espaço Schengen, mas também a Bulgária, Croácia, Chipre e Roménia, assim como aos quatro países associados, nomeadamente Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, num total de 30 Estados (a Irlanda tem uma derrogação). Para já, não existem datas para levantar tais restrições, tanto a nível europeu como para fora, mas no que toca às viagens internacionais a comissária europeia Adina Valean admitiu que esta é uma “situação muito complexa”. “Por um lado, sabemos que existe cooperação e troca de informação ao nível da UE sobre o que acontece em cada Estado-membro, mas para retomar as viagens internacionais teríamos de dar aos viajantes informação suficiente [sobre esses destinos] que não existe exactamente, pelo que teríamos de depender de terceiras partes”, adiantou a romena Adina Valean à Lusa. Turismo “limitado” e dependente do levantamento das restrições Questionada sobre quando é que os voos ou outro tipo de viagens (como de autocarro ou comboio) entre países europeus poderão ser restabelecidos, Adina Vălean notou ser impossível apontar datas, por isso estar dependente da evolução da pandemia. “Seria também óptimo que todos decidissem recomeçar [as viagens] na mesma altura, mas isso é impossível por causa da situação sanitária, que é diferente de Estado-membro para Estado-membro”, notou a responsável romena. A Comissão Europeia espera “alguma forma de turismo” no próximo verão na Europa, embora limitado, e admitiu que os países europeus mais afectados pelo surto demorem mais a retomar este sector. “Espero que aconteça alguma forma de turismo este verão em alguns destinos [europeus], onde as condições em termos sanitários forem mais favoráveis e onde as autoridades consigam implementar algumas estratégias para atrair a confiança dos viajantes, mas penso que será sempre muito limitado”, disse Adina Vălean. Com as fronteiras externas e internas da UE praticamente fechadas devido às medidas restritivas adoptadas para conter a propagação da covid-19, é ainda incerto quando é que os países levantarão as restrições às viagens, nomeadamente aéreas, o que acaba por criar também incerteza sobre a retoma do turismo, que deverá centrar-se, numa primeira fase, no doméstico. “Não é possível imaginar que as pessoas teriam confiança para viajar para um destino onde o número de casos é bastante elevado e onde não existem possibilidades de testar”, exemplificou, indicando que “não se trata apenas das regras em vigor, mas também da confiança das pessoas para voltar a viajar para turismo” na Europa.
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A Comissão Europeia desaconselha viagens de cidadãos europeus para fora da União Europeia (UE) até final do ano ou até a covid-19 estar “numa situação estável”, com tratamento disponível, visando evitar casos de pessoas retidas em países terceiros. “Não recomendo que as pessoas considerem destinos fora da UE até não estarmos numa situação estável, como por exemplo com um tratamento ou com uma vacina disponível, e não penso que esse seja o cenário até final do ano”, declarou em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, a comissária europeia dos Transportes, Adina Valean.
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Desde lá atrás no futuro, uma nova sensação
1, o trio que forma os Folclore Impressionista, banda que não é exactamente uma banda (formam-na João Paulo Daniel e Sérgio Silva, músicos que encontrávamos nos Hipnótica ou na primeira fase dos Beautify Junkyards, e o artista visual António Caramelo), dizia ao Ípsilon que a sua música se baseia numa “ideia de atmosfera”: “Trabalhamos sobre atmosferas e não sobre detalhes”, explicavam. Campos Espectrais Vol. 1 (2018) fora inspirado pela paisagem dura e majestosa de Foz Côa e criado através do mergulho na paisagem, nos seus sons e memórias nela preservadas, reunindo depois recolhas de campo a uma electrónica ambiental, espectral (repitam-se os adjectivos, que são determinantes), avançando em lenta mutação.
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O que está lá, ou seja, aquilo que ouvimos nitidamente, não tem que corresponder exactamente ao que o som sugere. Quando do lançamento da sua primeira edição, Campos Espectrais Vol.
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A guerra abriu novas fronteiras à NATO
A Finlândia há 73 anos, a Suécia há 200 anos. Daí que se percebam as palavras do Presidente Finlandês, Sauli Niinisto, ontem, ao anunciar em conferência de imprensa que o país vai iniciar o processo de adesão: “É um dia histórico. Uma nova era começou.” Neste P24 ouvimos a jornalista do PÚBLICO Maria João Guimarães. O P24 está em Estado de Guerra, acompanhando o que se passa na Ucrânia e as implicações em Portugal e no mundo. Para ter o PÚBLICO nos seus ouvidos, clique aqui se estiver num iPhone, se preferir o Spotify pode clicar aqui, estamos também no SoundCloud e nas aplicações para podcasts.
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Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra Especial: Guerra na Ucrânia Finlândia e Suécia estão a um passo de pedir a adesão formal à Organização do Tratado do Atlântico Norte, invertendo em poucos meses a neutralidade que os dois países mantinham há muito tempo.
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Universidades reforçam conteúdos em criptofinanças na formação para executivos
Em destaque Edição impressa 29 de setembro de 2021 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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A banca e o sistema financeiro como o conhecemos durante décadas está em profunda transformação, a reboque das plataformas digitais e da disseminação das criptomoedas. É notório que a presença física das instituições financeiras está a desvanecer-se e a sangria de trabalhadores bancários a acentuar-se.
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Comércio. Jovens são cada vez mais atraídos pelo que é velho. Um roteiro pelo Porto das lojas “vintage”
À primeira vista, a julgar pelo estado de conservação, os artigos expostos parecem acabados de ser produzidos. O facto de o desenho das peças remeter para os anos 80 e 90 sugere que talvez não seja bem assim. E não é. É uma loja de venda de vestuário retro em segunda mão que abriu portas há quatro anos, altura em que no Porto surgiram uma série de novas lojas dentro do mercado vintage que tem crescido, especialmente nos últimos cinco anos, com mais oferta dentro de várias áreas e para um público, cada vez mais vasto, que procura sobretudo produtos diferenciados e exclusivos. Não é que não existisse um mercado de vintage há algum tempo. Já existiam várias lojas, sobretudo de antiguidades. Mas é na última meia década que, só na área do vestuário, surgem pelo menos uma dezena de novas lojas. É nestes últimos cinco anos que também abre a Cet Objet du Désir, mais orientada para o burlesco. Em 2015 é inaugurado o primeiro espaço na Avenida Rodrigues de Freitas, após uma experiência online um ano antes. Actualmente está no Passeio de São Lázaro, onde se instalou este ano. A cinco minutos dali existem outras duas, a Mão Esquerda, na Rua da Alegria, aberta desde 2014, e a MEK, na Rua das Fontainhas, a funcionar desde o ano passado. Estão bem próximas umas das outras, mas “não há concorrência”, diz Cláudia Lopes, proprietária da loja situada no Passeio de São Lázaro. Serão mais parceiros que contribuem para que o mercado reforce os seus alicerces. “Frequentemente, quando não temos um artigo que alguém procura, orientamos os clientes para outras lojas similares. O mesmo acontece ao contrário”, conta. Escolheu o centro do Porto por entender não fazer sentido abrir numa zona mais periférica: “É no centro de cidades como o Porto e Lisboa que existe um público mais orientado para este mercado.” Parte significativa dos clientes chegam de fora do país. Mariana Araújo, proprietária da Mon Père, constata que o interesse dos estrangeiros que visitam a cidade tem crescido. Ao longo dos quatro anos de actividade diz ter aumentado no geral o volume de clientes. Foi fora do país que se inspirou para a abertura do negócio, mais especificamente em Camden, em Londres, onde morou. “Camden é o mundo do vintage”, refere. A única ligação que tinha com vestuário estabeleceu-se na altura em que estudou Figurinos e Cenografia na Academia Contemporânea do Espectáculo — ACE. Para o Porto quis trazer o que a influenciou na experiência fora do país: “Quis criar na loja uma mini-Camden.” Vintage não é “roupa velha” Já comprava roupa usada e reaproveitava a que não servia a outros familiares. Nunca teve qualquer tipo de preconceito com o vestuário em segunda mão, preconceito que diz remontar a um passado em que se associava as peças em segunda mão a “roupa velha”. As lojas mais recentes considera terem outro tipo de cuidados: “Antes de passarem à loja, todas as peças são lavadas. Perguntam-me muitas vezes se realmente são peças em segunda mão”. É um cuidado que Senra Fernandes, proprietária da Nafta Vintage e da UR Brand, as duas lojas na Rua do Bonjardim, diz também ter. Para que não se confundam conceitos, apostou recentemente na segunda loja. A primeira, actualmente com a designação Nafta Vintage, abriu há quatro anos. Há cerca de ano e meio abriu a UR. Fê-lo para separar as águas. Na mais antiga vende-se roupa em segunda mão low cost. A mais recente dedica-se ao “premium vintage”, em que se continua a vender roupa em segunda mão, mas que muitas vezes nunca foi usada. “Aproveitamos stocks antigos de fábricas”, explica. Passam também a ter uma marca própria, inspirada em vestuário de outras épocas, que é produzida num atelier dentro do estabelecimento. A secção de roupa para homem, em défice no mercado vintage, está também a aumentar. Há uma explicação para que a oferta seja menor: “Os homens usam a roupa até romper. Não é fácil arranjar roupa masculina em bom estado.” Essa explicação já nos tinha sido dada noutras lojas. Como em todos os outros estabelecimentos que visitámos, os preços variam. Tanto se pode encontrar peças em bom estado com valores acessíveis não muitos diferentes das lojas mais “em conta” dos centros comerciais, como podem existir outras mais caras. “É um erro pensar que o vintage vende, porque é barato”, comenta. Acima de tudo é parte de uma cultura que ganha cada vez mais adeptos dentro de um público entre os 18 e os 25 anos. Dentro desta nova vaga de lojas vintage, a Ornintorrinco, inicialmente na Rua do Almada, onde existiam outras lojas mais antigas, como é o caso da Retro Paradise ou da Rosa Chock Vintage, foi das primeiras a estabelecer-se. Fundada em 2012 por Daniela Pinto e João Pimenta, está agora na Rua da Assunção, junto aos Clérigos. Na altura, diz-nos Daniela, contavam-se pelos dedos de uma mão as que existiam. Além do Almada, havia algumas no quarteirão de Miguel Bombarda e em Cedofeita, principalmente no centro comercial. Estrangeiros é que validam “Havia uma certa desconfiança no início”, diz-nos. Actualmente já não é assim, assegura. Para a mudança de mentalidades parte do princípio que por vezes os portugueses ainda precisam que os estrangeiros validem um conceito para ser aceite. Situada em zona de passagem de turistas, estes são clientes frequentes. Nos anos seguintes à abertura da Ornitorrinco, de cabeça, conta pelo menos uma dezena de novas lojas. “Foram aparecendo uma série delas e ainda bem.” Actualmente diz existir um circuito de lojas que ganhou expressão. “Facilmente pode-se perder um dia no roteiro das lojas vintage”, afirma. Os outros lojistas com quem falámos dizem o mesmo. Antes desta nova vaga, uma das lojas mais emblemáticas dentro do género já funcionava havia alguns anos. A Rosa Chock Vintage abriu na Rua do Almada há 15 anos, embora seja mais antiga — anteriormente estava na Oliveira Monteiro. Fátima Leite, proprietária, recorda que quando iniciou o negócio havia quem não entendesse o conceito. Os clientes que o percebiam eram visita regular da casa. “Muitas vezes depois de saírem dos bares iam de directa fazer fila para a porta para conseguirem comprar uma peça antes que alguém chegasse primeiro”, recorda. Lojas que havia antes da Rosa Chock lembra-se da Amsterdamer, de outra na galeria onde hoje está a Mon Père — precisamente no mesmo espaço onde existe a Porto Calling, dedicada ao vinil —, isto ainda nos anos 90, “e pouco mais”. O mercado cresceu, o que vê com bons olhos. Hoje em dia já não está no Porto. Este ano passou a loja para Braga, de onde é natural, para arriscar numa cidade que diz começar agora a abrir-se para este tipo de mercado. A Rua Mártires da Liberdade é uma rua que há largos anos está associada ao comércio de antiguidades. Recentemente, na rua e nas imediações, novos negócios vintage foram surgindo. No número 154, na Máquinas de Outros Tempos, existe um pequeno paraíso para quem é aficionado por máquinas de fotografar e filmar analógicas. Há Polaroids, Leicas, máquinas de fole e outras relíquias. Está lá um daguerreótipo de 1850. Há máquinas para todos os gostos e carteiras. Os preços variam entre os cinco euros e os cinco mil. Abriu em 2011 e vende exclusivamente material vintage usado. Na parte de trás da loja existe também um laboratório de revelação que pode ser usado pelos clientes. A quantidade de clientes que lá está torna difícil ter uma conversa com o proprietário. De resto, todas as lojas por onde passamos tinham uma boa quantidade de clientes. Há um interesse “crescente” pelo analógico, diz-nos Pedro Viterbo, proprietário. Uma espécie de “regresso” ao passado, por uma questão “estética” e também por uma questão de coleccionismo. E é no sector do coleccionismo que o Sótão da Tia Becas, ali perto, na Travessa de São Carlos, se posiciona. A loja está aberta há sete anos. António Gonçalves trabalha lá há cinco. Lá “vende-se de tudo”, dentro do que é considerado vintage, mas sobretudo peças de decoração. “Hoje as pessoas gostam de personalizar as casas com peças diferentes”, diz. O mesmo acontece na Sports & World Vintage, situada no 157 da Mártires da Liberdade há quatro anos. Há desde livros, vinis, relógios até peças de mobiliário. André Costa, proprietário, diz que para se “estar nisto” é preciso gostar e ter alguma afinidade com a cultura vintage. Faz parte da nova vaga de estabelecimentos que abriram nos últimos anos. Não tem dúvidas de que o mercado está a crescer e que pelo menos por agora ainda “vai dando para todos”. Explicações para o crescimento encontra várias: “Há mais procura, mas há também quem se tenha apercebido que pode rentabilizar peças antigas que à partida já não serviriam para nada.”
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Numa tarde de um dia da semana, na loja Mon Père, no número 80 da Rua da Conceição, estão cerca de meia dezena de pessoas. Parte dos clientes que lá estão são estrangeiros.
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Dióxido de enxofre 500 vezes acima da média encerra todas as escolas em Setúbal
"A autoridade sanitária aconselhou cuidados especiais à população, como evitar a permanência no exterior ou fazer esforços ao ar livre, em particular a alguns grupos, como crianças, idosos e portadores de doenças do foro respiratório ou cardíaco", justifica o município. A estação de monitorização da qualidade do ar no centro da cidade de Setúbal registou 503 microgramas de dióxido de enxofre por metro cúbico de ar, um número cerca de 500 vezes superior ao normalmente registado, abaixo de 1 ug/m3, cita a TSF. Segundo o director-geral da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, a população tem de ser avisada quando no ar há mais de 500 microgramas de dióxido de enxofre por metro cúbico. Lacasta acrescentou ainda que esses valores foram superados e numa das estações de medição chegaram aos 900 microgramas. Inicialmente, os valores não levantavam preocupação e as autoridades previam que os valores da qualidade do ar normalizassem até ao final de terça-feira, com o afastamento da nuvem da região de Setúbal. No entanto, uma nova mudança de direcção de vento levou para a cidade os poluentes resultantes do incêndio. A alteração da qualidade do ar foi detectada em várias localidades e chegou até ao Porto. Em conferência de imprensa, o director-geral de Saúde, Francisco George, aconselhou os habitantes da península de Setúbal a protegerem-se devido a elevados níveis de dióxido de enxofre no ar, esclarecendo que crianças, idosos e doentes com problemas respiratórios crónicos ou cardiovasculares não devem sair de casa e fechar as janelas, cita a Lusa. Mais de 24 horas depois do incêndio, continua a ser libertado dióxido de enxofre para a atmosfera. Francisco George considerou que as próximas 12 horas são as mais críticas. A conferência de imprensa para informar dos "potenciais riscos para a saúde humana" decorrentes da nuvem tóxica na zona de Setúbal juntou responsáveis da Direcção-Geral e da Agência Portuguesa do Ambiente, da Protecção Civil, do INEM e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O incêndio provocou seis feridos que já tiveram alta hospitalar. O Ministério Público já informou que decidiu instaurar um inquérito para averiguar responsabilidades confirmou ao PÚBLICO fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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A Câmara de Setúbal mandou encerrar todas as escolas do concelho nesta quinta-feira, face às recomendações da Direcção-Geral da Saúde devido à poluição provocada pelo incêndio na Sapec, na terça-feira. "A autarquia decidiu promover o fecho dos estabelecimentos de todos os graus de ensino com base nas declarações do director-geral da Saúde, Francisco George, proferidas em conferência de imprensa realizada na quarta-feira, que apontam para a existência de riscos para a saúde humana devido ao incêndio nos armazéns de enxofre da Sapec localizados na Península da Mitrena", informa a página oficial do município na Internet.
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Rosto de duas vagas de refugiados na Europa, Jana Kalaaji fugiu da guerra da Síria e agora da Ucrânia
Com os pais, deixou a sua casa em Alepo durante a guerra na Síria; há poucas semanas saiu de Sumi, na Ucrânia, onde se fez estudante de Medicina. Em destaque Edição impressa 28 de março de 2022 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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Para Jana Kalaaji, não há qualquer ironia no destino. Apenas tristeza e uma impiedosa repetição de circunstâncias que a colocam duas vezes em menos de dez anos na situação de ter de fugir.
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Ronaldo e Guardiola de regresso às “zonas de massacre”
São 22 golos em 31 jogos frente ao Atlético (só ao Sevilha e ao Getafe o português marcou mais) e quatro sucessos em quatro eliminatórias europeias frente à equipa de Madrid. Na antevisão do jogo, Diego Simeone, treinador do Atlético, não quis comprometer-se: “Ronaldo? Nós pensamos é no Griezmann, no Morata, no Lemar, no Koke…”, disparou. Mais do que o habitual "massacre" de Ronaldo ao Atlético, esta eliminatória tem outro motivo de interesse: com a final da Champions a ser jogada no Wanda Metropolitano, Ronaldo e companhia podem “roubar” ao Atlético, já nestes oitavos-de-final, o sonho de jogar a final em casa. Este jogo traz, ainda, o equilíbrio de forças opostas: de um lado, a quarta equipa mais rematadora da Champions, a Juventus, enquanto do outro joga a equipa que menos remates concede ao adversário, o Atlético. Como trivialidade extra futebol, a imprensa internacional tem apontado Dybala e Douglas Costa ao Atlético, bem como Giménez e Saúl Ñíguez à "Juve". Será uma boa oportunidade para planear futuros negócios entre italianos e espanhóis. A Juventus vai a Madrid com a promessa de que o Atlético, como quinta equipa mais indisciplinada da Champions, terá poucos problemas em usar a agressividade para parar Ronaldo, Manduzkic ou Dybala. Na antevisão do jogo, Massimiliano Allegri elogiou a qualidade defensiva do Atlético e deixou um aviso interno: “Ter Ronaldo é uma vantagem, mas não chega”. Segundo a imprensa italiana, o treinador planeia fazer de João Cancelo um “presente-surpresa” para o Atlético: o português poderá ser chamado para jogar na ala, ainda que Allegri tenha garantido que não será Dybala a sair da equipa. Douglas Costa e Cuadrado não deverão estar aptos para jogar, tal como Khedira, que ficou em Turim. Do lado contrário, a imprensa espanhola espera que Diego Simeone tire ao ex-Sporting Santiago Arias (titular em 17 dos últimos 18 jogos) a possibilidade de ter um tête-à-tête com Ronaldo e o colombiano deverá dar lugar ao mais experiente Juanfran, num lote de escolhas que poucas dores de cabeça trouxe a Simeone: apenas Lucas Hernández ficará de fora. O treinador argentino destacou que esta eliminatória não é uma final antecipada e que cada uma das equipas tem 50% de probabilidade de passar. O técnico aventurou-se, ainda, em questões práticas: avançou que Diego Costa “não consegue aguentar 90 minutos” e disse, sobre o meio campo, que “há a possibilidade de jogar Koke ou Lemar”. Elogios a Bernardo Silva Voltando ao mote do título, a quarta-feira milionária trará mais um regresso a uma “zona de massacre”. Pep Guardiola vai à Alemanha defrontar um Schalke 04 com o qual nunca perdeu, na passagem pelo Bayern Munique. O Manchester City defronta os alemães, em Gelsenkirchen, e o técnico catalão não terá a colaboração de Gabriel Jesus, Mendy, Stones e Delph, mas terá o tão amado Bernardo. Na antevisão deste jogo vieram mais elogios ao português: “Portugal tem sorte em tê-lo. Adoro-o. É um dos jogadores mais talentosos que já vi e é um dos dois ou três melhores jogadores da Liga Inglesa. Além disso, é uma pessoa adorável. Nunca faz má cara quando joga cinco minutos e é o rapaz mais acarinhado no plantel”. O Schalke, por sua vez, deverá preocupar-se em treinar a defesa de "bolas paradas". Apesar do futebol apoiado, o City é, curiosamente, a segunda equipa que mais marcou em lances deste tipo, na Champions. Os alemães recebem o City sem Embolo, Mascarell, Schopf e Stambouli e o treinador, Domenico Tedesco, não teve problemas em assumir: “Somos o underdog e claramente não somos favoritos”.
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Se um golo de Ronaldo já pouco costuma render nas casas de apostas, nesta quarta-feira de Liga dos Campeões a premissa é ainda mais real. É que o português tem viagem marcada, com a Juventus, ao terreno do Atlético de Madrid, equipa que, em bom português, já não pode ver Ronaldo à frente.
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O que vamos aprender com o eclipse solar total de Abril sobre o nosso planeta (e além dele)
Alguns desses projectos implicam a ajuda daqueles que observam o fenómeno. Em destaque Edição impressa 15 de março de 2024 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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A 8 de Abril, a Lua vai interferir na nossa visão do Sol, criando um raro eclipse solar total que será visto no México, em toda a metade oriental dos Estados Unidos e até ao Norte da Terra Nova, no Canadá. A beleza do acontecimento celeste já é razão suficiente para a sua documentação, no entanto, os cientistas também criaram projectos para verificarem e estudarem os seus efeitos.
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Lei de bases da Habitação vai a plenário na próxima sexta feira
O deputado social-democrata António Costa e Silva disse ao PÚBLICO que só na sexta-feira, data em que o diploma vai ser sujeito à votação final global, em plenário, é que o PSD dará a conhecer o seu voto. O texto final que resultou das discussões feitas no grupo de trabalho resultou das votações indiciárias feitas, artigo a artigo, a cada um dos três projectos de lei que estavam em cima da mesa. Depois da intervenção do Governo, e do próprio partido socialista ter modificado o seu projecto de lei, tanto o Bloco de Esquerda como o PCP anunciaram a sua intenção de viabilizar o documento. O CDS-PP anunciou que iria votar contra o documento, e os deputados sociais-democratas, que chegaram a ver algumas das suas propostas incluídas na redacção final do documento, e sublinharam o facto de “o PS ter feito um recuo e uma tentativa de aproximação às posições do PSD”, continuam a ponderar o sentido de voto. “É uma proposta menos ideológica que a primeira, menos radical, mas continua a ter problemas”, limitou-se a comentar ao PÚBLICO António Costa e Silva. Apesar das mudanças feitas no texto final, o PCP considera que a futura lei de bases da habitação integra soluções que constavam do seu projecto de lei, ou que resultam da proposta e intervenção dos comunistas, pelo que só poderiam dar um voto favorável ao diploma. O PCP entende que o primado do Estado na garantia do direito à habitação, “assumindo este um papel determinante na disponibilização de habitações para suprir carências habitacionais, para todas as camadas da população, priorizando a mobilização do património habitacional público para arrendamento ao abrigo da renda apoiada ou condicionada”, a “função social da habitação” que aparece mencionada no documento, ou o “incentivo ao uso de habitações devolutas de propriedade privada para responder às necessidades habitacionais” são matérias a que o PCP sem deu particular atenção. O diploma para a Lei de Bases da Habitação determina que “o Estado é o garante do direito à habitação” e estabelece a função social da habitação e a protecção no despejo, assim como a integração do direito à habitação nas políticas de erradicação de pessoas em condição de sem-abrigo. O Estado deve acelerar os processos judiciais de heranças indivisas que incluam bens imóveis com aptidão habitacional, a possibilidade da entrega da casa às instituições bancárias para extinguir a dívida no crédito à habitação e a regulação e fiscalização da actividade dos condomínios são outras das medidas que incluem a proposta para a Lei de Bases da Habitação. Na ratificação das votações indiciárias, a deputada independente eleita pelo PS Helena Roseta congratulou-se com o desempenho do grupo de trabalho de Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades, coordenado pelo deputado do PS Hugo Pires, manifestando “pena que não tenha sido possível incluir a definição de renda acessível” no diploma da Lei de Bases da Habitação. Helena Roseta propôs, a título individual, que a Lei de Bases da Habitação inclua a definição de vários conceitos de renda, nomeadamente de renda acessível - defendendo que “é a renda aplicável no arrendamento de habitações públicas ou privadas enquadradas em programas que tenham como objectivo proporcionar o acesso ao arrendamento por valores compatíveis com os rendimentos familiares médios das pessoas e famílias” - mas a proposta foi rejeitada, com o voto contra de PS, a abstenção de PCP, PSD e CDS-PP e o voto a favor de BE. Neste sentido, a deputada independente do PS criticou o Programa de Arrendamento Acessível (PAA), que entrou em funcionamento na segunda-feira, considerando que inclui “rendas bastante superiores aos valores dos rendimentos médios das famílias”. Ressalvando que não é contra a abrangência de pessoas com rendimentos superiores no PAA, Helena Roseta expressou “receio” que os limites definidos no programa condicionem as famílias com rendimentos mais baixos. De adesão voluntária, o PAA permite aos senhorios beneficiar de uma isenção total de impostos sobre “os rendimentos prediais resultantes de contratos de arrendamento ou subarrendamento habitacional”, enquanto os arrendatários têm uma redução de, pelo menos, 20% do preço das rendas, que deve corresponder a “uma taxa de esforço que se situe no intervalo entre 15% e 35% do rendimento médio mensal (RMM) do agregado familiar”. com Lusa
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A Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, a ratificação das votações indiciárias da Lei de Bases da Habitação, com a aprovação do texto final que vai substituir os projectos de lei que foram entregues pelo PS, PCP e BE. A votação por unanimidade só vem confirmar as votações que haviam sido feitas no grupo de trabalho, pelo que continua ainda por não se conhecer o sentido de voto do PSD, o único partido que ainda não o tornou público.
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Há um novo panda-vermelho num zoo da Polónia: é a “Laya”
Pouco maior do que um gato, o panda-vermelho é um animal bastante acrobático e dotado. E seja pelos olhinhos ternurentos, as orelhas brancas ou a cauda farfalhuda, estas são criaturas demasiado adoráveis. Quase metade da população de pandas-vermelhos vive nos Himalaias Orientais — mas esta é uma das espécies mais ameaçadas do mundo. Está em perigo devido à destruição do seu habitat, à caça e à consanguinidade causada pela diminuição do número de exemplares. É que a reprodução deste animal é bastante complexa: a fêmea só está receptiva uma vez por ano, num período de 12 a 36 horas. As imagens mostram Laya a brincar nas árvores, a espreitar pelos troncos e a comer bambu, como é habitual que estes animais façam. Conseguimos lidar com o quão adorável é?
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Laya mudou-se do Parc Animalier D'Auvergne, em França, para o Jardim Zoológico Municipal de Plock. Com menos de um ano ano, o panda-vermelho fêmea tornou-se, no início de Abril, num dos mais recentes habitantes do parque na Polónia.
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Costa de Caparica: a desordem no progresso
O vento espalha o lixo nas ruas abandonadas da Costa de Caparica, varrendo-o do lado do mar, que no último domingo estava de pequena vaga, mas nos dias anteriores tinha feito das suas, deixando um rasto salgado no paredão, cheio de domingueiros, maquilhando o abandono que caracteriza a Caparica quando o Verão não a socorre. Em destaque Edição impressa 30 de outubro de 2022 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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Há coisas que não vale a pena questionar. Uma delas é seguramente a razão pela qual na meteorologia se dão nomes como Armand ou Beatrice às depressões.
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Líderes do G7 comprometem-se a acelerar a transição dos combustíveis fósseis
Outros compromissos em matéria de política climática incluem o compromisso de "eliminar gradualmente a actual produção de energia a carvão nos nossos sistemas energéticos durante a primeira metade da década de 2030". Com o início da conferência das Nações Unidas sobre o clima, COP29, em Novembro, os líderes dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália afirmaram que iriam apresentar planos nacionais "mais ambiciosos" para o clima, de acordo com a primeira versão da declaração. O documento compromete-se a fazer um esforço colectivo para reduzir as emissões de metano em 75% até 2030, mas, numa secção que provavelmente irá perturbar os activistas ambientais, os líderes dão luz verde aos investimentos públicos em gás natural, um combustível fóssil poluente. "Na circunstância excepcional de acelerar a eliminação da nossa dependência da energia russa, os investimentos apoiados pelo Estado no sector do gás podem ser adequados como resposta temporária, sujeitos a circunstâncias nacionais claramente definidas", lê-se ainda no documento.
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Os líderes das democracias desenvolvidas do G7 vão comprometer-se a acelerar a sua transição para longe dos combustíveis fósseis durante esta década, de acordo com o rascunho de uma declaração a ser emitida no final da cimeira em curso em Itália. "A transição dos combustíveis fósseis para os sistemas energéticos será feita de uma forma justa, ordenada e equitativa, acelerando as acções nesta década crítica, para atingir o valor líquido zero até 2050, de acordo com a melhor ciência disponível", diz o documento que a Reuters teve acesso.
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Angelina Jolie acusa Brad Pitt de abusos físicos anteriores a 2016
A iniciativa surge depois de, na semana passada, o tribunal ter dado razão a Brad Pitt sobre a alienação das acções da propriedade francesa, conferindo ao actor a possibilidade de recuperar os 10% das acções que tinha oferecido a Jolie por altura do casamento e que fez com que cada um passasse a ter 50% do negócio. Agora, com os 10% recuperados, Pitt volta a ser sócio maioritário. De acordo com o novo processo, Jolie não vendeu as suas acções a Pitt por ter recusado o NDA com o qual, acusa-se, o actor queria impedir a ex-mulher de falar sobre o historial de abusos. Os documentos alegam que o NDA foi posto em cima da mesa depois de o actor ter conhecimento da existência de um processo selado que reunia “e-mails, resumos do testemunho esperado da família e outras provas” para ajudar a resolver a disputa pela custódia dos filhos. “Embora o historial de abuso físico de Pitt contra Jolie tenha começado muito antes da viagem de avião da família, em Setembro de 2016, de França para Los Angeles, este voo marcou a primeira vez que ele dirigiu o seu abuso físico também para as crianças. Jolie deixou-o imediatamente”, lê-se no documento, que o Page Six cita. O processo, que deu entrada nesta quinta-feira, reforça que Jolie “nunca apresentou queixa” contra o ex-marido porque “acreditava que o melhor caminho era para Pitt aceitar a responsabilidade e ajudar a família a recuperar do stress pós-traumático que ele causou”. O ex-casal, que chegou a ser conhecido por Brangelina, uma mistura do nome do actor com o da actriz, aproximou-se durante as gravações do filme Mr. e Mrs. Smith, em 2004, quando fizeram um par romântico e começaram a namorar meses depois. Então, Pitt ainda era casado com a actriz Jennifer Aniston, da série Friends, tendo-se divorciado em 2005. Em Abril de 2012, Pitt e Jolie ficaram noivos e o casamento foi celebrado em 2014. Ao longo dos anos tornaram-se um dos casais mais poderosos da indústria de Hollywood, não só pelos filmes que fizeram, juntos ou separados; mas também pelo seu activismo social e político. Na altura em que foi conhecido o pedido de divórcio, Jolie alegou “divergências irreconciliáveis”, pediu a custódia dos seis filhos do casal, Maddox, Zahara, Shiloh, Pax, Vivienne e Knox, e dispensou pensão de alimentos. Em Maio de 2021, um juiz deliberou a guarda conjunta para os filhos menores, mas a actriz apresentou documentos a atestar abusos e um tribunal de recurso reverteu a decisão. Brad Pitt deu entrada com um pedido de revisão no Supremo Tribunal da Califórnia, mas este rejeitou a petição. Mais recentemente foi indicado que Jolie manterá a custódia primária dos menores Shiloh, de 17 anos (quase 18, em Maio, que recentemente terá manifestado vontade de viver com o pai), e dos gémeos Vivienne e Knox, de 15 anos.
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A equipa jurídica de Angelina Jolie quer ter acesso a comunicações que provarão que Brad Pitt se recusou a comprar a parte da ex-mulher de Château Miraval, propriedade vitivinícola na região francesa da Provença, famosa pelo vinho rosé, a menos que ela assinasse um acordo de confidencialidade (NDA, na sigla em inglês). Isto porque, alegam, isso limitaria Jolie de falar dos abusos físicos que, reforçam os causídicos, começaram muito antes de 2016.
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Esta noite, e até 18 de Julho, gritam-se dramas escritos por mulheres
Em 2016, os actores Miguel Maia e Filipe Abreu começaram a fazer leituras interpretadas dos seus textos favoritos, que se tornariam, um ano mais tarde, no festim Esta Noite Grita-se. “Os textos a que tínhamos acesso eram de homens brancos, europeus e norte-americanos. E fomo-nos apercebendo disso. Éramos dois homens brancos e heterossexuais a ler textos de outros homens brancos.” Por isso, decidiram fugir da própria biblioteca, como conta, ao P3, o actor e co-director artístico do festival, Filipe Abreu. “Fomos ‘forçando a barra’ e, ao fazê-lo, deparámo-nos com um problema: existem muito poucas traduções para português e publicações de peças escritas por mulheres.” Para motivar a apresentação ao público de textos escritos no feminino, a Cepa Torta criou o Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, atribuído pela primeira vez, em 2021, à actriz Lara Mesquita, autora do texto Sempre que Acordo, sobre ser mulher negra, e actriz negra, em Portugal. “Decidimos fazer toda a programação dedicada ao feminino para trazer à luz da ribalta nomes que já existem, mas parece ficarem sempre atrás de outros. Queremos dizer que é normal e possível ser dramaturga em Portugal e no mundo”, explica Filipe Abreu, de 27 anos. O Esta Noite Grita-se decorrerá, em Lisboa, em três fases. Em Maio, será interpretada a peça Os Aliens, de Annie Baker. Em Junho, Justamente, de Ali Smith, e em Julho, Dias Inteiros nas Árvores, de Marguerite Duras, e Sempre que Acordo, de Lara Mesquita. Nas noites de 21 de Maio e 18 de Junho, também se grita em língua gestual portuguesa, com interpretação de Lili Grilo. Este ano, o festim, apoiado pela Direcção-Geral das Artes, chega, ainda, ao online. O novo podcast do Esta Noite Grita-se, com episódios já disponíveis, leva, aos ouvintes de todo o país, leituras de mais peças assinadas por escritoras e dramaturgas.
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A companhia artística Cepa Torta apresenta, esta sexta-feira, 21 de Maio, o primeiro texto do anual “festim de leituras” Esta Noite Grita-se, no Centro Cultural Malaposta, em Lisboa. Até 18 de Julho, actores vão interpretar textos teatrais escritos exclusivamente por mulheres, porque “a luta pela igualdade de género está longe de terminar, travando-se em muitas frentes, das quais a arte não é excepção”, afirmam os responsáveis pelo festival.
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PJ investiga várias queixas de tráfico de pessoas e escravatura em Odemira
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A Polícia Judiciária está a investigar vários casos de alegados crimes ligados ao auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas e escravatura na zona de Odemira. Em destaque Edição impressa 02 de maio de 2021 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir.
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Príncipe Carlos recebeu três milhões de euros de xeque do Qatar. Residência oficial nega ilegalidades
O herdeiro da coroa britânica terá recebido pessoalmente o dinheiro em três lotes distintos, que foram depois depositados nas contas do Fundo de Beneficência do Príncipe de Gales (PWCF, na sigla original). Segundo o Sunday Times, Carlos recebeu, em 2015, uma mala com um milhão de euros em notas de 500 durante um encontro na sua residência oficial. Outra das doações foi feita com sacos da loja Fortnum & Mason. “As doações para beneficência recebidas do xeque Hamad bin Jassim foram imediatamente transferidas para uma das instituições de caridade do príncipe, que levou a cabo a sua gestão apropriada e nos garantiu de que todos os processos correctos foram seguidos”, divulgou a Clarence House este domingo. O Sunday Times ressalvou que não há nada a indicar de que os pagamentos tenham sido ilegais. Instituições de beneficência podem aceitar doações em dinheiro, segundo a Comissão de Caridade. Contactado pelo Sunday Times, o PWCF negou “ter havido qualquer falha na gestão” das doações. Não obstante, o grupo de pressão Republic anunciou que vai exigir uma investigação. “Não basta ser simplesmente tranquilizado por Carlos e pela [sua instituição de] caridade de que nenhuma regra foi quebrada. Estes pagamentos levantam questões sérias e legítimas que podem prejudicar a reputação do sector de caridade britânico”, considerou o presidente do grupo, Graham Smith, em comunicado. À CNN, uma fonte próxima da família real britânica pôs em causa vários detalhes avançados pelo jornal britânico. Admite, contudo, a veracidade das doações, assegurando que foi tudo feito de forma legal e correcta. Acrescenta que os advogados reais estão já envolvidos no caso. O secretário de Estado da Irlanda do Norte reagiu também às revelações, em entrevista à BBC, afirmando estar seguro de que as doações passaram pelo “processo adequado”. Escândalos de doações Em Novembro, Michael Fawcett, o braço direito do príncipe Carlos durante décadas, renunciou ao seu papel de dirigente de uma das principais instituições de beneficência reais britânicas, semanas depois de o Sunday Times ter noticiado que Fawcett oferecia honras em troca de donativos. A polícia e a Comissão Britânica de Caridade estão a investigar essas acusações. Um porta-voz do príncipe disse que Carlos não tinha conhecimento da oferta de honras ou cidadania com base em donativos. Já Fawcett não comentou publicamente o caso. Este ano, a Polícia Metropolitana de Londres abriu uma outra investigação à atribuição de prémios e de honras a um empresário de nacionalidade saudita a troco de donativos a uma das fundações do príncipe Carlos. O PWCF, fundado em 1979 com a missão de transformar vidas e construir comunidades sustentáveis, concede subsídios a organizações sem fins lucrativos registadas no Reino Unido. Texto editado por Carla B. Ribeiro
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O príncipe de Gales recebeu três milhões de euros, em dinheiro, do xeque Hamad bin Jassim, antigo primeiro-ministro do Qatar, entre 2011 e 2015, avança o jornal britânico Sunday Times. A residência oficial do príncipe Carlos assegura, em comunicado, que as doações foram processadas correctamente.
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Soprano Anna Netrebko diz não ser “aliada de nenhum líder na Rússia”
“Não sou membro de nenhum partido político, nem sou aliada de nenhum líder na Rússia”, disse Anna Netrebko. “Reconheço e lamento que acções passadas ou declarações minhas possam ter sido mal interpretadas”, observou. A artista referiu ainda que nunca recebeu apoio financeiro do Governo russo e lembrou que reside na Áustria. “Depois da minha pausa, vou voltar a exibir-me no final de Maio, inicialmente na Europa”, salientou, sem adiantar mais pormenores. A cantora de ópera, de 50 anos, havia expressado no início de Março que era contra o conflito russo-ucraniano, anunciando uma pausa nos espectáculos. “Não é hora de fazer música e me exibir”, disse Anna Netrebko na ocasião. Isso aconteceu após uma publicação no Instagram, na qual condenou a guerra e afirmou que “forçar artistas ou qualquer figura pública a expressar as suas opiniões em público e denunciar” não era “correcto”. Anna Netrebko recebeu a honra de Artista do Povo da Rússia do Presidente russo, Vladimir Putin, 2008, e, segundo o Figaro, terá celebrado o seu 50.º aniversário no Kremlin. Era uma reconhecida apoiante do regime no Kremlin. Em 2014, deixou-se fotografar com uma bandeira dos rebeldes pró-russos na região ucraniana de Donetsk. A soprano iria actuar em Março na Filarmónica de Elba, em Hamburgo (Alemanha), no Scala, Milão (Itália), e em Zurique (Suíça). Anna Netrebko também desistiu do espectáculo marcado na Ópera Metropolitana de Nova Iorque (Estados Unidos), depois de o director-geral da sala, Peter Gelb, ter exigido que a soprano repudiasse o seu apoio a Putin no contexto da invasão da Ucrânia. Gelb reagiu às novas declarações de Anna Netrebko, declarando que a Ópera Metropolitana de Nova Iorque "não está preparada” para alterar a sua posição. “Se Anna demonstrasse que se distanciou verdadeiramente e completamente de Putin a longo prazo, estaria disposto a termos uma conversa”, afirmou.
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Numa declaração divulgada esta quarta-feira, a artista, adiantou que se encontrou com Putin “apenas uma mão-cheia de vezes” em toda sua vida, principalmente em eventos para receber prémios em reconhecimento da sua arte ou na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi (Rússia). A soprano foi escolhida para cantar o hino olímpico na cerimónia de abertura do evento desportivo.
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Israel vai deixar de financiar a ONU, diz Netanyahu
“Dei instruções ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para completar, no prazo de um mês, uma reavaliação de todos os nossos contactos com as Nações Unidas, incluindo o financiamento das instituições da ONU e a presença de representantes da ONU em Israel”, afirmou Netanyahu, num discurso transmitido em directo. “Já dei ordens para travar a transferência de 30 milhões de shekels (7,5 milhões de euros) de financiamento para cinco agências da ONU que são especialmente hostis a Israel… E esperem por mais”, declarou, sem especificar quais as entidades em causa, diz a Reuters. Esta será uma das primeiras crises que António Guterres terá de enfrentar, quando tomar posse como secretário-geral das Nações Unidas, a 1 de Janeiro Netanyahu lamentou “o absurdo” de a Administração de Barack Obama e do Conselho de Segurança atacarem “a única democracia no Médio Oriente”. Prometeu que a resolução será “cancelada”, ainda que possa demorar, e “não será por concessões de Israel, mas antes pela nossa firmeza e dos nossos aliados”, relata o site Ynetnews. A política de construção de colonatos em território conquistado por Israel na guerra de 1967 aos seus vizinhos árabes, incluindo a Cisjordânia e Jerusalém Oriental é vista por muitos países como ilegal e um obstáculo à paz com os palestinianos – e outras nações, visto que este é um conflito que toma proporções regionais. Israel não concorda com esta visão, usando argumentos de direito ao solo que radicam no Velho Testamento. Mas os Estados Unidos têm sempre evitado que resoluções condenando a política de Israel passassem no Conselho de Segurança, usando o seu direito de veto. Até sexta-feira, em que deixaram passar este texto, que não prevê sanções nem define abertamente como ilegais os colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Defende, no entanto, que Israel deve “cessar imediata e totalmente as actividades de colonização nos territórios ocupados”, sublinhando que a expropriação de terras e construção de bairros naquelas zonas “não tem validade legal” à luz do direito internacional e “põe perigosamente em risco a viabilidade da solução de dois Estados”, sobre a qual assenta o consenso internacional para a paz. Netanyahu reagiu com grande violência imediatamente, assegurando que Israel não iria cumprir a decisão da ONU. Donald Trump, o Presidente eleito dos EUA, disse no Twitter que as “coisas seriam diferentes na ONU” quando ele tomasse posse, a 20 de Janeiro. Para já, o primeiro-ministro israelita conta com um novo aliado norte-americano: David Friedman, o próximo embaixador norte-americano em Israel, nomeado por Trump, é um fervoroso defensor dos colonatos nos territórios ocupados da Cisjordânia, que quer levar a embaixada para Jerusalém e é um defensor da construção de colonatos nos territórios ocupados da Cisjordânia. A Autoridade Palestiniana encara Jerusalém – onde estão localizados alguns dos principais templos das religiões cristã, judaica e muçulmana – como a capital de um futuro Estado palestiniano. A absenção dos EUA no Conselho de Segurança não foi uma decisão que surgiu do nada. Nos últimos anos, a Administração Obama trm endurecido a sua posição em relação à construção de colonatos apoiada pelo Governo israelita. Sem nunca se pronunciar quanto à ilegalidade, o mais comum é a utilização, nos meios diplomáticos, do termo “ilegítimo”, explica o Council on Foreign Relations. A Autoridade Palestiniana encara os colonatos como um dos maiores obstáculos ao estabelecimento de um Estado.
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Israel vai deixar de contribuir para o orçamento das Nações Unidas, em retaliação contra a adopção pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que exige o fim da construção de colonatos em Israel. Isso foi possível porque, pela primeira vez, os Estados Unidos abstiveram-se, permitindo que o documento passasse, numa atitude que o primeiro-ministro israelita considera “vergonhosa”.
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É “incompreensível” gastar três milhões com Dia da Defesa, diz o Bloco
Na proposta, divulgada nesta terça-feira pelo jornal i, o BE considera “ser incompreensível o gasto de três milhões de euros nesta actividade quando há outras prioridades que não são contempladas no presente Orçamento do Estado”. Entre outras propostas já apresentadas pelo Bloco de Esquerda no Parlamento, uma diz respeito ao IVA aplicado às touradas que, segundo defendeu a bloquista Mariana Mortágua na segunda-feira no Fórum TSF, devem estar sujeitas à taxa máxima de 23%. O assunto motivou polémica depois de a ministra da Cultura, Graça Franco, ter criticado, durante o debate do Orçamento na Assembleia da República, as touradas: “Tauromaquia não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização e manteremos como está". Em causa, está a disponibilidade do Governo para discutir a descida do IVA de 13% para 6% – o documento do Orçamento prevê a medida para espectáculos de “canto, dança, música, teatro e circo”, desde que tenham lugar em “recintos fixos de espectáculo de natureza artística ou em circos ambulantes”. Ora, o BE defende a taxa mínima de 6%, quer se trate de espectáculos em recintos abertos ou fechados – já as touradas não as considera um espectáculo cultural. Segundo escreve nesta terça-feira o Jorna de Negócios, já foram entregues, pelo BE, PCP, PEV e PAN, mais de 200 propostas de alteração e, ao final do dia de segunda-feira, quem somava mais propostas era o PAN, com 83.
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O Bloco de Esquerda, que sempre rejeitou iniciativas como o Dia da Defesa, aproveitou a fase de entrega de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2019 para voltar a colocar o assunto em cima da mesa. Os bloquistas querem suspender aquela iniciativa e defendem que tal deve ser acompanhado “do estudo de um novo modelo que repense o carácter de obrigatoriedade desta iniciativa e que reduza custos”.
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Mosquito transmissor do vírus da dengue detectado em Portugal
Contudo, a DGS adianta que até ao momento "não há indícios de risco acrescido para a saúde da população". Os trabalhos de monitorização e avaliação da situação são da competência dos serviços de saúde pública de nível regional e local da região Norte, em articulação com as autoridades centrais. "O director-geral da Saúde e o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge continuarão a informar a população da evolução e das medidas tomadas", acrescenta a nota da DGS. A infecção do vírus de dengue transmite-se através da picada dos mosquitos do género Aedes infectados com o vírus, não ocorrendo transmissão pessoa a pessoa. Os vectores existem em extensas áreas do planeta, particularmente nas regiões tropicais e subtropicais. A doença manifesta-se, geralmente, por febre, dores de cabeça, dores nos músculos e nas articulações, vómitos e manchas vermelhas na pele e, embora mais raramente, por um quadro hemorrágico. A principal medida de prevenção é a protecção individual contra a picada do mosquito, uma vez que não existe vacina para esta doença.
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Uma espécie de mosquito que é transmissor do vírus da dengue foi identificado pela primeira vez em Portugal, na região Norte do país, anunciou esta quarta-feira a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Doutor Ricardo Jorge. "À semelhança do verificado em vários países da Europa, foi agora identificada, pela primeira vez, em Portugal, na região Norte, a espécie de mosquito Aedes albopictus", refere a DGS numa nota pública.
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O sinal “escondido” no pescoço de “David” de Miguel Ângelo
De acordo com o médico num artigo publicado na revista JAMA Cardiology, esta característica anatómica não é visível na maioria das esculturas e só foi documentada na literatura médica mais de um século depois de ter sido reproduzida por Miguel Ângelo (1475-1564). Daniel Gelfman assina ainda que, segundo aquilo que apurou, esta é a primeira referência a esta veia jugular distendida da escultura em artigos científicos. Não há muito tempo, Daniel Gelfman visitou a Galeria da Academia de Belas Artes de Florença e pôde contemplar David, escultura de mármore esculpida entre 1501 e 1504. Durante essa apreciação ao herói bíblico, notou que a veia jugular externa – situada na parte lateral direita do pescoço e mesmo por cima da clavícula – estava distendida. “A minha reacção inicial foi de fascínio. David é uma peça inspiradora e houve uma atenção incrível ao detalhe e à precisão da anatomia física”, conta o médico no artigo intitulado “O sinal de David”. “Senti um friozinho nas costas assim que percebi aquilo que estava a ver.” Assim que se apercebeu desta característica esculpida no pescoço, tirou várias fotografias à escultura de mármore para depois a estudar. Já em casa, o médico procurou uma referência à veia jugular externa de David em manuais e na literatura médica, assim como noutras obras de Miguel Ângelo. Também falou sobre este assunto com alguns colegas. “Na minha revisão à obra de Miguel Ângelo, não encontrei qualquer menção escrita sobre à representação desta veia jugular distendida”, resume Daniel Gelfman, que foi médico durante quatro décadas e agora é professor na Universidade Marian, nos Estados Unidos. Mas por que é que Miguel Ângelo terá esculpido aquela característica? O médico começa por indicar que o escultor tinha conhecimento anatómicos, tal como outros artistas do Renascimento. Leonardo da Vinci (1452-1519), por exemplo, foi o primeiro a descrever o coração como um músculo e um órgão com quatro cavidades ou a explicar com precisão como o sangue circulava por essas cavidades. Quanto ao trabalho de Miguel Ângelo, o médico considera que a veia jugular externa no David está “anatomicamente correcta”. Como tal, tem um certo significado. A veia jugular externa distendida pode ser observada em jovens saudáveis que estejam ansiosos e empolgados por enfrentar um adversário. Neste caso, David estaria assim porque ia enfrentar Golias. “Penso que Miguel Ângelo deveria ter visto a distensão da veia jugular temporariamente em indivíduos saudáveis que estavam empolgados”, descreve. A distensão desta veia também pode ser observada em indivíduos doentes que tenham a pressão intracardíaca elevada e, provavelmente, uma disfunção cardíaca. Mas este não seria o caso de David. A veia de Moisés E há outros exemplos na obra de Miguel Ângelo. O médico descobriu que a escultura de Moisés no túmulo Papa Júlio II também tem a veia jugular externa saliente. “A maioria [das pessoas] concordará que o Moisés sentado está num estado agitado”, assinala. Já na Pietá, também de Miguel Ângelo, Cristo não tem esta característica, o que está anatomicamente correcto porque Cristo não estava ansioso ou entusiasmado como David nem agitado como Moisés. Daniel Gelfman também destaca que Miguel Ângelo foi um pioneiro e se adiantou um século em relação à medicina: “Na altura em que o David foi criado, em 1504, [o médico inglês] William Harvey ainda não tinha descrito a verdadeira mecânica do sistema circulatório. Tal não ocorreu até 1628.” O médico diz ainda que este artigo é apenas uma primeira abordagem “a este claro sinal escondido durante mais de 500 anos” e espera que haja mais investigações sobre esta característica. E conclui de forma mais poética e com uma mensagem para os médicos (e não só): “Poderá ser útil lembrarmo-nos do sinal de David em pacientes cuja pressão venosa central esteja a ser avaliada através da observação das veias jugulares, incluindo aqueles pacientes que talvez estejam ansiosos e se estejam a preparar para enfrentarem os seus próprios Golias.”
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Que surpresas ainda nos reserva a escultura David de Miguel Ângelo? Numa visita a Florença, o médico norte-americano Daniel Gelfman observou que o pescoço tinha a veia jugular externa saliente.
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I Liga. Penálti convertido pelo Tondela, penálti falhado pelo Vitória
Os números, em futebol, têm um peso relativo, mas no caso servem para ilustrar o assédio do Vitória à baliza de Cláudio Ramos. Foram 21 remates contra nove do Tondela — e 64% da posse de bola contra 36%. Ainda assim, não foram suficientes para somar pontos nesta ronda. E não foram porque Marcos Valente acertou no poste aos 39’, na sequência de um pontapé de canto, e aos 65’ viu David Bruno cortar um remate que ia na direcção da baliza. O central dos minhotos foi apenas um dos “bombardeiros” de serviço, na linha de Sturgeon, Raphinha e Tallo. Nenhum deles conseguiu superar Cláudio Ramos, nem de grande penalidade: aos 88’, Raphinha assumiu a marcação e permitiu a defesa do guarda-redes. Nessa altura, os anfitriões já forçavam de qualquer maneira o golo do empate, porque o Tondela tinha sido mais eficaz da marca dos 11 metros minutos antes. Aos 75’, Murilo encarregou-se de fazer o único golo do encontro, tirando partido de uma falta cometida por Konan na área vimaranense. Depois do golo, Pepa reforçou o meio-campo com Claude Gonçalves, até porque o Vitória já tinha lançado Rafael Martins para alargar a frente de ataque. O resultado, esse, não sofreu alterações e os minhotos correm o risco de serem alcançados pelo Boavista, no sétimo lugar. Já o Tondela afastou-se um pouco mais do fundo da tabela.
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Não foi por escassez de remates ou de presença na grande área do Tondela que o V. Guimarães averbou neste sabado a segunda derrota consecutiva no campeonato. Num jogo antecipado da 17.ª jornada, os minhotos foram surpreendidos em casa (0-1) por um adversário que tem agora mais triunfos fora (três) do que dentro de portas na Liga (dois).
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Morreu Bunny Wailer, derradeiro ícone do reggae
Com o nome verdadeiro Neville Livingston, este músico teve um primeiro acidente vascular cerebral (AVC) em 2018 e um segundo em Julho de 2020. Era o único sobrevivente daquele histórico trio. Nascido em 1947, em Nine Mile, no norte da Jamaica, Bunny Wailer conhecia Bob Marley desde a infância, com o qual tinha relações de amizade. Mais tarde, o seu pai tornou-se o companheiro da mãe de Bob Marley. Mudaram-se para Trench Town, um bairro da capital, onde foram influenciados pelo seu encontro com Joe Higgs, considerado por muitos como o “pai do reggae”, que os encorajou a formarem um primeiro trio com Peter Tosh. “Ele tirou tempo da sua própria carreira para nos transmitir o seu conhecimento das técnicas harmónicas”, explicou Bunny Wailer durante uma entrevista, em 2013. Nenhum dos então três adolescentes tinha recebido formação musical. O grupo mudou de nome algumas vezes, antes do primeiro álbum, que saiu em 1965, com a designação The Wailing Wailers (algo como Os Lamentáveis Wailers). O álbum marcou a emergência de um som, com um ritmo infernal, marcado pela música americana, nomeadamente o R&B (rhythm and blues), mas também pela cultura jamaicana. Personagem carismática, sempre com barba e chapéu, adepto dos princípios do movimento religioso rasta, Bunny Wailer teve um papel determinante na elaboração desta identidade musical. “Perdemos um ícone”, reagiu Herbie Harris, líder do grupo jamaicano de reggae ATF Band. “Pena que os jovens que fazem parte da cena musical jamaicana não conheçam o contributo de Bunny Wailer”, lamentou. Durante uma entrevista, também de 2013, o músico tinha explicado que se tinha minimizado voluntariamente quando os Wailers foram constituídos. “Todos os membros do grupo tinham qualidades de líder”, disse então. “Mas precisávamos de um som que, quando se ouvisse o grupo, se soubesse que eram os Wailers. E com o Bob (Marley) tínhamos esse som”. Os Wailers conheceram o sucesso logo desde o início, com títulos como One Love, ainda com um som ska, género musical antecedente do reggae. O título foi regravado para o álbum Exodus, de Bob Marley, de 19977, e tornou-se um êxito mundial. Depois do seu primeiro disco, os Wailers publicaram vários outros antes de começarem a colaborar com o produtor Chris Blackwell. O fundador da marca Island Records fez evoluir o som do grupo, para lhe dar uma sonoridade mais eléctrica, de forma a agradar, dizia, a um público mais internacional. Bunny Wailer está nos álbuns Catch a Fire e Burnin, que transformaram o reggae em um movimento musical relevante. Mas depois sai do grupo, tal como Peter Tosh, cansado do papel de ajudante de Bob Marley, no qual se sentia fechado. Lançou então a sua careira a solo, com o álbum Blackheart Man, considerado hoje como um clássico do género. Nos anos 1990, recebeu três Grammy Awards, distinções da indústria musical norte-americana, dos quais dois pelo Álbum Reggae do Ano. Até ao seu primeiro AVC, Bunny Wailer ateava regularmente o palco, com a sua voz a tornar-se cada vez mais rouca. Para Karyl Walker, jornalista jamaicano, “Bunny Wailer era um músico mais completo do que Bob Marley. Tocava vários instrumentos e escreveu canções muito boas”. Agora, lamentou, “todos os Wailers estão mortos e é a vez de a nova geração de músicos jamaicanos honrar esta herança e elevar o nível”.
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O cantor e percussionista jamaicano Bunny Wailer, uma lenda do reggae, faleceu esta terça-feira, aos 73 anos, no Andrew's Memorial Hospital de Kingston, na Jamaica, o que marca o fim de uma época para este movimento musical. A notícia foi divulgada pela ministra da Cultura do país, Olivia Grange, que não mencionou as causas da morte deste fundador do grupo The Wailers, com Bob Marley e Peter Tosh, que fizeram do reggae um fenómeno mundial.
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Raúl Alarcón vence primeira etapa da Volta e arrebata amarela
Alarcón lidera assim a geral com 6 segundos de vantagem sobre Alejandro Marque, do Sporting-Tavira, e 15 segundos sobre Domingos Gonçalves, do Boavista. Mas Gotzon Udondo, da Euskadi, a quem foi atribuído o prémio de combatividade, acabou por ser uma espécie de herói frustrado desta primeira etapa - a segunda mais longa da Volta a Portugal, com 203 km - a ligar Vila Franca de Xira a Setúbal. Uma etapa com metas volantes no Cartaxo, Almeirim e Palmela, e três pequenas "escaladas": Santarém (4.ª categoria), Alto das Necessidades e Alto da Arrábida (ambas de 3.ª categoria). Roy Goldstein, campeão de Israel, e Alexis Carter, canadiano da H&R, foram os primeiros fugitivos da Volta, aventura que terminou ao oitavo quilómetro, após safanão de um quinteto em que seguiam Hélder Ferreira (Louletano), Tilljman Eising (Mtec), Patrick Jager (Team Vorarlberg), Gatzon Udondo (Euskadi) e Adne Van Engelen (Bike Aid). Aos 50km, Timo Schafer (Bike Aid) foi o primeiro a abandonar a corrida, seguindo-se Glan Frieseke (Team Vorarlberg) por queda. Apesar de a Armée De Terre, equipa do camisola amarela, Damien Gaudin, seguir na frente do pelotão na tentativa de controlar a etapa, foi preciso a W52-FC Porto dar uma ajuda para que a vantagem dos sete fugitivos, que entretanto amealharam cerca de cinco minutos, caísse drasticamente para um minuto. Mas Udondo estava decidido a ser o protagonista e voltou a sair, ainda que sempre sob o cutelo do pelotão, que tranquilamente absorveu o grupo intermédio de onde se destacara o espanhol da Euskadi e o português Rui Rodrigues (Louletano). Só que no primeiro obstáculo a sério, no Alto das Necessidades, a cerca de 35 quilómetros da meta, numa etapa em que o vento lateral foi o grande inimigo dos ciclistas, Udondo perdeu a esperança de chegar isolado. A partir daí começou a esboçar-se o sprint final, apesar da aceleração imprimida pela Efapel na subida da Arrábida, onde o camisola amarela Damien Gaudin começou a sofrer e a perceber que era hora de passar o testemunho. Atento, Raúl Alarcón respondeu e destacou-se mesmo para tentar a vitória isolado, o que seria a reedição do sucesso da primeira etapa de 2013. Objectivo dificultado por um grupo onde Sérgio Paulinho (Efapel) e Alejandro Marque (Sporting-Tavira) - vencedor da Volta em 2013 - tentaram roubar o palco ao espanhol, sem sucesso.
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Raúl Alarcón, da W52-FC Porto, repetiu a proeza de 2013 ao vencer a primeira etapa da Volta a Portugal, arrebatando a camisola amarela ao francês Damien Gaudin. O espanhol atacou pela certa no topo da Arrábida e chegou isolado à meta, onde o colega de equipa Amaro Antunes foi segundo.
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Maduro e Guaidó contam espingardas na batalha pela legitimidade na Venezuela
E enquanto os dois líderes políticos coleccionam apoios dentro e fora de portas, as ruas das cidades venezuelanas registavam confrontos, pelo quarto dia consecutivo, entre manifestantes anti-Maduro e as forças de segurança do regime, sobretudo em Caracas. Segundo o Observatório Venezuelano de Conflituosidade Social, a violência dos últimos dias já fez pelo menos 26 mortos. A ONG diz ainda que foram detidas mais de 270 pessoas desde segunda-feira e fala no uso de balas de borracha e gás de borracha para reprimir os protestos em bairros do centro da capital. A Venezuela atravessa uma das maiores crises económicas, políticas, sociais e humanitárias da sua história, marcada pela hiperinflação descontrolada, pela escassez de alimentos e de medicamentos, pelos mais elevados níveis de violência urbana em décadas e pelo êxodo de milhões de venezuelanos. Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, invocou a Constituição e a “ilegitimidade” da eleição presidencial de Maio do ano passado, boicotada e não-reconhecida pela oposição ao chavismo e por uma fatia considerável da comunidade internacional – incluindo os EUA e a UE –, para se declarar chefe de Estado interino. Prometeu o “fim da usurpação” de Maduro, eleições livres e apelou à desconsideração de qualquer ordem dada pelo sucessor de Hugo Chávez. Reedição de 2002 Para além disso, consciente da importância fulcral do apoio das Forças Armadas para a sobrevivência de um regime sufocado pelo colapso económico do país, pela pobreza e pela violência, propôs amnistia aos militares que o ajudassem a afastar Maduro. Mas as altas figuras do Exército não atenderam à chamada, colocaram-se ao lado do líder chavista e denunciaram a tentativa de “reedição do golpe de Estado contra Chávez”, em 2002. “Há uma tentativa de impor um governo paralelo que não tem apoio popular. Mas nós vamos cumprir o juramento que fizemos à pátria e à Constituição. Estamos aqui para evitar uma guerra entre venezuelanos”, afiançou o general e ministro da Defesa Vladimir Padriño, num comunicado televisivo, rodeado por outras chefias militares. “Não é a guerra civil ou o confronto entre irmãos que vai solucionar os problemas da Venezuela: é o diálogo”, defendeu. Ainda antes de o general Padriño declarar o seu apoio a Nicolás Maduro, a televisão estatal venezuelana já tinha transmitido várias mensagens de conteúdo semelhante, protagonizadas por líderes e comandantes militares regionais. Com o poder político a ser disputado com Guaidó, é fundamental para o regime assegurar o respaldo do poder militar. E na lista de instrumentos do Estado identificados pela oposição como estando à disposição do Governo socialista para neutralizar e reprimir os seus adversários, acresce ainda o poder judicial. Esta quinta-feira Maduro marcou presença na cerimónia de abertura do ano judicial, no Supremo Tribunal, e voltou a chamar a Justiça a “exercer o seu papel” para “preservar a ordem democrática e constitucional”. “Está em marcha um modelo de golpe de Estado, que temos de enfrentar com consciência democrática e republicana e com força moral. Que se faça justiça na Venezuela”, atirou, numa longa intervenção, bastante aplaudida pelos magistrados, e na qual confirmou a intenção de encerrar todas as representações diplomáticas norte-americanas do país e de aumentar os poderes do Governo para combater a corrupção. Amigos e adversários Depois de Donald Trump ter liderado, na véspera, uma vaga internacional de apoio à reivindicação de Juan Guaidó – que incluiu países como o Brasil, a Colômbia ou o Canadá –, Nicolás Maduro foi agraciado, nesta quinta-feira, com as acusações de “ingerência” e de “intrusão” lançadas aos EUA e seus aliados, por parte da China, da Rússia e da Turquia. Ancara revelou que o Presidente Recep Tayyip Erdogan ligou ao seu homólogo venezuelano e que lhe disse: “Maduro, irmão, mantém-te firme que estamos contigo”. Vladimir Putin, chefe de Estado russo, também falou ao telefone com Maduro. Na sequência desse contacto, Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, alertou que a via apoiada por Washington contra o “chefe de Estado legítimo da Venezuela” pode originar um “banho de sangue” no país latino-americano. A postura da União Europeia foi mais cuidadosa. As declarações de vários Governos e representantes de instituições europeias destacaram, sobretudo, a necessidade de se apoiar a legitimidade da Assembleia Nacional e de assegurar a segurança dos vários actores envolvidos. Mas não foi declarado um reconhecimento explícito à reivindicação de Guaidó, apesar das pressões de vários eurodeputados nesse sentido. “Não podemos reconhecer alguém que não foi eleito democraticamente”, explicou à Reuters um diplomata europeu, sob anonimato. “Isso iria criar um precedente perigoso para qualquer outra pessoa que queira proclamar-se Presidente de alguma coisa”. Através do seu porta-voz, Stéphane Dujarric, o secretário-geral da ONU António Guterres optou por apelar à diplomacia, pedindo a todos os actores que “se empenhem num diálogo inclusivo e credível para responderem à prolongada crise no país”. Tirar dólares a Maduro Os EUA é que não tencionam fazer marcha atrás na sua posição. Um alto funcionário da Administração Trump disse à Reuters que a prioridade é assegurar que os lucros da comercialização de petróleo venezuelano sejam canalizados para Guaidó e que o Governo de Maduro fique limitado na sua capacidade económica. Segundo o Departamento de Energia norte-americano, Caracas exporta cerca de 500 mil barris de crude por dia para os EUA. Sem esses rendimentos, a economia do país – totalmente dependente do sector petrolífero – dificilmente poderá reerguer-se, como promete o Presidente. Washington requereu ainda uma audiência no Conselho de Segurança das Nações Unidas para sábado. A sessão será presidida por Mike Pompeo, que esta quinta-feira marcou presença numa reunião da Organização dos Estados Americanos, para pedir uma posição unânime aos seus membros sobre a “ilegitimidade” do regime chavista: “O tempo para debates já acabou. O regime do ex-Presidente Nicolás Maduro é ilegítimo, está moralmente falido, é economicamente incompetente e profundamente corrupto”.
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Na Venezuela dos dois Presidentes é tempo de contar espingardas. Esta quinta-feira Nicolás Maduro recebeu o apoio da Rússia, da China e da Turquia, ao qual se somou a importante promessa da cúpula militar do país de defender o chavismo contra um “golpe de Estado” protagonizado por Juan Guaidó, que na véspera se declarou Presidente interino e líder de um Governo de transição, com o apoio dos Estados Unidos.
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Madonna confirma segundo concerto em Lisboa
Os bilhetes para o concerto "extra" estarão à venda a partir da próxima sexta-feira, dia 27 de Janeiro, às 10h. O espectáculo está inserido na digressão de comemoração dos 40 anos de carreira da cantora norte-americana, The Celebration Tour. “Estou entusiasmada [com a perspectiva de] explorar o maior número de canções possível e de dar aos meus fãs o espectáculo que há tanto tempo esperam”, disse Madonna, citada pelo comunicado de imprensa da Ritmos & Blues, no dia em que foi anunciada a primeira data. A nova digressão de Madonna terá início a 15 de Julho em Vancouver, no Canadá, e terminará a 1 de Dezembro em Amesterdão, nos Países Baixos. Segundo os promotores, a cantora revisitará todo o seu percurso artístico, homenageando a cidade de Nova Iorque, onde tudo começou. Bob the Drag Queen a.k.a. Caldwell Tidicue é o convidado especial da tournée. Madonna actuou pela última vez em Lisboa em Janeiro de 2020, no âmbito da digressão europeia “Madame X”, que decorreu em salas mais pequenas e intimistas. A digressão “Madame X”, e o álbum que lhe serviu de mote, homónimo, foram assumidamente influenciados, criativamente, pela vivência de Madonna em Lisboa nos anos anteriores, onde contactou com a cultura lusófona e latina. Os elevados preços dos bilhetes para o concerto de 6 de Novembro foram notícia por confirmarem um padrão de subida do custo da música ao vivo em Portugal, acompanhando uma tendência internacional. O valor mínimo dos ingressos colocados à venda na semana passada era de 45 euros; o bilhete mais caro custava 1037 euros.
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Madonna vai dar dois concertos em Portugal e não apenas um, como estava inicialmente programado. A produtora Ritmos & Blues anunciou esta segunda-feira que, devido à "elevada procura" de bilhetes para o concerto da cantora norte-americana a 6 de Novembro na Altice Arena, foi aberta nova data para o dia seguinte, no mesmo local.
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Em tempos de crise, comércio em Lisboa dá exemplo de solidariedade
Para apoiar “toda a linha da frente de combate ao vírus” da doença covid-19, uma empresa familiar de fabrico de fardas, localizada na freguesia lisboeta de São Domingos de Benfica, decidiu contribuir com um desconto de 20% em vestuário hospitalar, em resposta à afluência dos profissionais de saúde para adquirirem “material que não tinham”, nomeadamente batas, túnicas e calças. “Paramos, por completo, toda a produção que não seja para a área de saúde ou empresas que, nesta fase, estejam a laborar em hospitais, em centros de saúde”, disse à Lusa o dono da fábrica de fardas, Marco Tavares, referindo que a procura por vestuário hospitalar tem sido, “diariamente, em massa”. Ainda que consciente do impacto económico que a empresa vai sofrer, em consequência do estado de emergência devido ao surto de covid-19, Marco Tavares defendeu que “o melhor do ser humano se está a revelar nesta altura”, com toda a cadeia de produção preocupada e solidária, desde fornecedores a clientes, facilitando ao nível do adiamento do pagamento de facturas. “Isto vai passar, vai ser muito difícil, vamos todos sair um bocadinho mais pobres, no mínimo, mas mais juntos, mais preparados para lutar e ultrapassarmos esta crise”, apontou. Segundo o responsável de marketing da fábrica, Paulo Lagartinho, o desconto no vestuário hospitalar tem sido “imprescindível” para os profissionais de saúde, “porque estão a desembolsar do seu dinheiro, dos seus vencimentos, para se poderem equipar adequadamente”. Além das fardas, a fábrica está a estudar a possibilidade de produzir máscaras de protecção para fazer frente ao vírus, “sempre numa ótica de oferta” à população, avançou Paulo Lagartinho. Outro exemplo de solidariedade do comércio é o de Zeferino Nunes, dono de uma churrasqueira na freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa. Antes de o Presidente da República decretar o estado de emergência, o comerciante prometeu que, se o deixassem trabalhar, baixava o preço do frango, e foi o que fez. “Enquanto a pandemia estiver instalada, o preço do frango é seis euros. Quando voltar tudo à normalidade, o preço do frango volta, também, aos 7,10 euros”, afirmou Zeferino Nunes, adiantando que foi “de cortar o coração” ver comércio a aumentar o preço em bens essenciais, como é o caso do álcool. Sensibilizado para a perda de rendimentos das famílias, o comerciante realçou que é preciso “baixar o preço, não é aumentar, não é aproveitarem-se da situação e encherem os bolsos à conta da desgraça das pessoas”. “Não é só Portugal, é o mundo, o mundo precisava de levar, assim, este abanão”, exprimiu Zeferino Nunes, referindo-se ao impacto da covid-19 na sociedade, que pode contrariar um caminho para o “abismo total” e permitir que haja “mais solidariedade”. “É preciso ter este abanão, para as pessoas pensarem. Agora as famílias estão juntas em casa, coisa que não estavam, há famílias que os pais nem viam os filhos, e agora estão”, sustentou o comerciante, observando que, “infelizmente, tem de haver estas coisas más, para pôr as pessoas a pensar, não devia de ser assim”. Na fila para o frango de churrasco, Fernando Cotrim aplaudiu a iniciativa de se baixar o preço neste momento de crise. “Estou convencido que nós, os portugueses, unidos vamos conseguir dar cabo do vírus”, expôs o cliente, considerando que, apesar do impacto económico “muito complicado”, o país vai “crescer no sentido humano”. Mais reticente, o jovem João Correia argumentou que a crise provocada pelo novo coronavírus “poderá ser uma oportunidade”. “É pena que só nos consigamos unir quando o mundo se virá contra nós, não sermos nós a tomar essa iniciativa, mas obviamente que poderá ser uma oportunidade e deveremos fazer de tudo para que alguma coisa consigamos aprender de melhor, para levar para o futuro”, ressalvou. Sem sair do distrito de Lisboa, na aldeia de Pirescoxe, na freguesia de Santa Iria de Azóia, em Loures, José Bragança dá o exemplo de solidariedade nas suas quatro padarias e pastelarias. “Se hoje estás com dificuldades em pagar o pão, tira o teu saco”. É com este aviso junto ao balcão da padaria que José Bragança pretende dar ajudar a quem mais precisa, porque “com esta crise, houve pessoas que, de repente, ficaram desempregadas e pediram se podia começar a fiar, pelo menos, um pãozinho”. Com o negócio a funcionar a meio gás, em que a facturação “desceu, talvez, 60%”, o comerciante pretende, mesmo assim, “ajudar no máximo” que pode, criticando a situação de especulação de preços em alguns produtos. “A sociedade é que está a estragar os humanos, que eles lá no fundo, lá no fundo, somos todas boas pessoas”, avançou José Bragança, concluindo que: “Às vezes, há males que vêm por bem e este, vamos ver, vamos ver se não é só mal, espero bem que não”.
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Sem imunidade aos prejuízos causados pelo novo coronavírus, o comércio em Lisboa deu hoje o exemplo de solidariedade em tempos de crise. Há descontos em vestuário hospitalar, redução do preço do frango de churrasco e doação de pão.
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Ensaio para a reinvenção da escola
Nesta breve nota prospetiva, teço algumas considerações sobre as forças e as dinâmicas que estão a construir futuros tristes de destruição da “escola pública”, tal como a conhecemos hoje, e enuncio a defesa do cenário 3 configurando outra gramática e outra lógica de serviço público. O que se está a passar com a “defesa da escola pública”, leia-se, “escola estatal”, está a gerar condições para o seu descrédito e a sua falência social, pois não é possível acreditar numa escolarização que deixa milhares de cidadãos para trás. Não é possível aprisionar os direitos das crianças ao conhecimento, à socialização e à estimulação. Não é possível incrementar ainda mais as desigualdades de acesso, de frequência e de sucesso escolar. Não é possível a rigidez, a uniformidade, o “faz-de-conta”, a irresponsabilidade e a incerteza constantes. Não é possível um regresso ao passado de uma “gestão democrática” controlada pelos professores e alheada dos pais, dos alunos e da comunidade educativa alargada. Esta escola não tem futuro e nem mesmo já presente. A não ser o presente do caos que abre o caminho da expansão do ensino particular e cooperativo ou o cenário da “desescolarização”, do ensino “doméstico” apoiado na “vasta conectividade alimentada por uma infraestrutura digital extensa e rica e pela abundância de dados [que] mudou completamente a nossa perceção da educação e da aprendizagem”. O cenário 2 e 4 têm largas condições para se expandirem e afirmarem no espaço público, regulado pelas lógicas de mercado e pelas promessas de Inteligência Artificial que pode facultar uma aprendizagem mais personalizada, mas também solitária e perdida do “laço social”. O cenário 3 prevê o que poderíamos designar de “reinvenção da escola”. A manutenção de escolas fortes que “mantêm a maioria das suas funções”. Mas já é uma outra escola, mais livre, mais diversa, mais liberta do peso excessivo do “credencialismo” e da “diplomocracia”. O direito à educação assume o lugar da “obrigação escolar”, das grades, das prisões dos espaços, dos tempos, dos agrupamentos rígidos de alunos, concretizando a ideia de que outra escola é possível. As regras da sua gramática podem ser outras, mais liberta das ilusões e do faz de conta de que possível “ensinar a todos como se todos fossem um”. É esta a escola que nos resta e nos pode resgatar das ameaças da extinção e da desregulação. Uma escola sociocomunitária, mais atenta às diversidades, às pessoas, aos contextos. Uma escola plural e à escala humana. Uma escola territorialmente inserida na comunidade, e que é sua pertença. Como refere a OCDE, “as escolas são, nesse sentido, peças-chave de ecossistemas educacionais locais mais amplos e dinamicamente evolutivos, mapeando oportunidades de aprendizagem numa rede interligada de espaços educativos”. E poderão ser agências poderosas de um desenvolvimento local integrado e onde os professores poderão ganhar relevo, autoridade e prestígio. É certo que este cenário não está escrito, nem sequer desenhado. Mas seria bom que fosse sendo construído pelas inteligências em ação dos pais, dos professores, dos estudantes, e das instâncias locais que têm uma palavra decisiva a dizer e uma ação relevante a desempenhar. E que afirmassem o seu amor pela liberdade de organizar e gerir as escolas, de servir as pessoas, de interagirem localmente para o desenvolvimento de uma comunidade solidária e exigente. As escolas (e os professores) não morrerão. Mas terão certamente de se reinventar se quiserem continuar a construir futuro. O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico
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Em 2020, OCDE enunciou quatro cenários para a escolarização: 1) a expansão da lógica de organização e funcionamento da escola seguindo e acentuando o padrão burocrático do comando e do controlo; 2) a privatização da educação face à falência da escola pública centralizada, uniforme e burocrática; 3) as escolas como centros de aprendizagem, renovando-se numa lógica de autonomia, diferenciação e inovação, “favorecendo formas dinâmicas de mudança de processos de aprendizagem, envolvimento cívico e inovação social”; e 4) desescolarização, “o aprender em qualquer lugar e em qualquer momento”, incrementado pelos “avanços rápidos da inteligência artificial, realidade virtual e aumentada e da Internet das Coisas”. Neste cenário mais radical “as oportunidades de aprendizagem estão amplamente disponíveis de forma "gratuita", marcando o declínio das estruturas de currículo estabelecidas e desmantelando o sistema escolar”.
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BCE preparado para agir se a inflação não recuperar
E, no actual cenário, é a inflação baixa — motivada em grande parte por uma actividade económica lenta — que mais preocupa. “O que interessa é que a política monetária se mantenha comprometida e não se resigne a uma inflação demasiado baixa. Nós mantemo-nos comprometidos”, afirmou Mario Draghi, adiantando que “num cenário de ausência de melhorias, de tal forma que um regresso sustentado da inflação até ao objectivo do BCE esteja ameaçado, estímulos adicionais serão necessários”. A promessa de 2012 O presidente do BCE assinalou a existência de riscos, destacando “a ameaça do proteccionismo” e “as vulnerabilidades dos mercados emergentes, e deixou pistas sobre aquilo que o BCE pode vir a fazer, lembrando que mais cortes nas taxas de juro e novas compras de dívida pública continuam a fazer parte das ferramentas disponíveis. “Todas estas opções foram colocadas e discutidas na nossa última reunião”, afirmou Draghi. No seu último discurso de abertura como presidente num Fórum do BCE, Draghi fez questão de deixar claro que se mantém a sua promessa, feita em 2012, de fazer “tudo o que for preciso” para preservar o euro. “Se a crise mostrou alguma coisa, é que nós vamos usar toda a flexibilidade, dentro do nosso mandato, para cumprir o nosso mandato”, disse. Em jeito de balanço, Draghi defendeu as mudanças operadas no BCE durante a sua liderança, com a utilização de novos instrumentos, como a compra de dívida pública ou a adopção de taxas de juro negativas. E salientou a ideia de que o BCE tornou claro para todos que o seu objectivo de inflação “abaixo mas perto de 2%” é realmente simétrica, o que significa que, “para esse valor ser atingido em média, [a taxa] terá de ficar acima de 2% em algum momento no futuro”. A reforma do euro Draghi deixou também um recado aos governos europeus, defendendo a necessidade de se avançar mais na reforma da moeda única. “As fragilidades institucionais na união monetária que ainda subsistem não podem ser ignoradas, sob o risco de danificarem seriamente aquilo que já foi alcançado”, disse, apelando depois a um salto na integração política na zona euro, em várias frentes, seja no sector financeiro seja na política orçamental. “A lógica sugeriria que, quanto mais integradas as nossas economias se tornam, mais rápida seria a conclusão da união bancária e de mercados de capital, e mais rápida seria a transição de um sistema de política orçamental baseado em regras para uma capacidade orçamental baseada em instituições”. Na semana passada, o Eurogrupo apresentou uma proposta de reforma do euro que não produz avanços muito significativos nas áreas referidas por Draghi, apontando apenas para um orçamento comum de pequena dimensão para o investimento e reformas estruturas e não dando passos na direcção de um seguro comum de depósitos na zona euro.
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O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, deu esta terça-feira sinais de que o banco pode estar próximo de lançar novas medidas de estímulo à economia, se se confirmar o cenário de manutenção da inflação da zona euro a níveis considerados demasiado baixos. No discurso de abertura do segundo dia do Fórum do BCE, que se realiza esta semana em Sintra, o presidente do banco central fez questão de frisar em diversas ocasiões que o objectivo de inflação do BCE é simétrico, isto é, que tanto se tenta evitar uma variação de preços demasiado alta, como uma inflação demasiado baixa.
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Novas notas de 100 e 200 euros entram em circulação na terça-feira
As notas existentes podem continuar a ser usadas pelos cidadãos sem restrições, incluindo para fazer pagamentos, não sendo necessário proceder à sua troca. De acordo com o Banco de Portugal (BdP), mais de 3000 milhões de novas notas de 100 e 200 euros foram produzidas. “Para a entrada das novas notas em circulação, foram produzidas 2300 milhões de notas de 100 euros e 750 milhões de notas de 200 euros”, indicou à Lusa fonte oficial. As novas notas não foram fabricadas em Portugal. Estiveram envolvidos no fabrico das novas notas de 100 euros os bancos centrais de sete países: Itália, França, Áustria, Alemanha, Letónia, Lituânia e Espanha, mas só cinco fábricas trataram da impressão das novas notas, de acordo com o supervisor. No caso da nota de 200 euros, os bancos centrais responsáveis pela produção das novas notas foram Itália, França e Áustria. As notas de 100 e 200 euros têm menos cinco milímetros de altura em comparação com as notas da primeira série do euro, tendo o mesmo tamanho das de 50 euros, o que facilita o seu manuseamento. “Sendo da mesma largura, as notas de 50, 100 e 200 euros podem agora ser tratadas e processadas com mais facilidade pelas máquinas. Além disso, cabem melhor nas carteiras de quem as utiliza e têm maior durabilidade, visto que estarão sujeitas a menor desgaste e deterioração”, indica o BCE no seu site. Contudo, o comprimento das notas fica inalterado e, “quanto maior é o comprimento, mais elevado o valor da nota”, frisa a entidade liderada por Mario Draghi. As notas contêm elementos de segurança inovadores, e, à semelhança das outras denominações, permitem atestar a sua genuinidade através do método “tocar, observar e inclinar”. Têm ainda um holograma-satélite na parte superior da banda prateada que expõe pequenos símbolos do euro (€) que se movem em torno dos algarismos representativos do valor da nota e que se tornam mais nítidos quando são expostos a luz directa. A banda prateada exibe também um retrato de Europa (figura mitológica grega que deu origem ao nome do continente europeu), o motivo arquitectónico e um símbolo do euro de grande dimensão. As novas notas de 100 e 200 euros incluem igualmente um número esmeralda melhorado. “Se bem que o número esmeralda esteja presente em todas as restantes notas da série ‘Europa’, esta versão melhorada exibe também símbolos do euro dentro dos algarismos representativos do valor da nota”, frisa o BCE. As novas notas mantêm os desenhos de estilo arquitectónico, com as notas de 100 a manterem a cor verde e o desenho em estilo barroco e rococó e as de 200 a continuarem com cor amarelo-torrado e a retratar a arquitectura em ferro e vidro do século XIX. A primeira nota da série Europa, de cinco euros, entrou em circulação em Portugal e nos restantes países do euro a 2 de Maio de 2013, seguindo-se a nota de 10 euros, em 23 de Setembro de 2014, e a nota de 20 euros, em 25 de Novembro de 2015. A nota de 50 euros entrou em circulação a 4 de Abril de 2017. A série Europa não inclui notas de 500 euros, que começaram a ser retiradas de circulação em Janeiro. Questionado sobre o número de notas de 100 e 200 euros em circulação em Portugal, o BdP indicou que “numa união económica e monetária, como é o caso da área do euro, não é possível saber a quantidade de notas que circulam em cada país”. Mas o regulador e supervisor bancário português adiantou que, “globalmente, na área do euro, no final de Abril de 2019 encontravam-se em circulação 2848 milhões de notas de 100 euros e 269 milhões de notas de 200 euros”. De acordo com dados do Banco Central Europeu (BCE), no final de Abril as notas de 100 euros correspondiam a 12,7% do total de notas em circulação, enquanto as de 200 euros representavam 1,2%, a menor parcela entre as várias denominações. As notas de 50 euros representavam a maior fatia de notas em circulação (46,6%), num total de 10.476 milhões de unidades, enquanto as de 500 euros, que deixaram de ser fabricadas desde 27 de Janeiro por 17 dos 19 bancos centrais da zona euro, correspondiam a 2,3% de todas as notas em circulação na zona euro, num total de 507 milhões.
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As novas notas de 100 e de 200 euros entram em circulação a partir de terça-feira com novos elementos de segurança. Com estas duas notas, o Banco Central Europeu conclui a série Europa, no âmbito da qual já foram introduzidas novas notas de cinco, 10, 20 e 50 euros.
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Repressão de protestos após demissão do chefe da polícia de Telavive
E a repressão da polícia foi mais violenta: 14 manifestantes ficaram feridos, incluindo um com uma fractura na órbita ocular e outra no nariz. A demissão do chefe da polícia acontece quando os protestos estavam de novo a intensificar-se depois de o Governo ter dado aprovação preliminar a uma das leis do pacote da reforma judicial (os críticos chamam-lhe “golpe judicial”, já que acaba com a possibilidade de leis aprovadas por maiorias simples no Parlamento serem rejeitadas pelo Supremo). Na sequência de um aumento dos protestos em final de Março, depois de o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ter ameaçado que demitia o ministro da Defesa, que tinha criticado a reforma judicial, o Governo suspendeu a reforma. Isso não convenceu os manifestantes a deixar de protestar semanalmente, como vinham a fazer desde o início do ano, temendo o regresso da reforma ao Parlamento. Esta semana aconteceu isso mesmo, com a primeira de três votações para o fim da possibilidade de o Supremo rejeitar uma lei que não seja “razoável”. Ainda esta semana, o Governo levou ao Parlamento, dando aprovação preliminar, a uma lei que passa os poderes da Ordem dos Advogados para um organismo governamental presidido pelo ministro da Justiça. Este organismo passará, se a lei for aprovada, a decidir quem pode exercer advocacia, quem pode ser castigado por más práticas, etc, e será também responsável pelos dois votos de advogados no painel que selecciona juízes. O antigo adversário de Netanyahu, Benny Gantz, apelou ao primeiro-ministro para cancelar a reforma judicial e voltar a uma negociação patrocinada pelo Presidente “se não for pela democracia, que seja pela unidade do povo de Israel e para prevenir derramamento de sangue” – dizendo que se não o fizer, o primeiro-ministro será responsável. No seu anúncio de demissão, Eshed lamentou que “em três décadas de serviço” se tenha deparado “com uma realidade absurda”, em que não lhe era pedido que assegurasse “a calma e a ordem, mas precisamente o contrário”. Nos protestos que se seguiram ao anúncio de Eshed, um condutor investiu contra os manifestantes. O condutor foi preso, mas libertado depois de ter sido interrogado, e ao comparecer na esquadra para testemunhar sobre a agressão, o manifestante que foi atingido acabou a ser interrogado pela sua participação nos protestos. Isto acontece quando Israel terminou uma operação militar no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, em que entrou com bulldozers no campo, cortou ligações eléctricas e canalização, matando doze pessoas, que disse serem combatentes, numa operação que fez lembrar operações da Segunda Intifada (2000-2005). Esta quinta-feira, um israelita foi morto perto de um colonato judaico na Cisjordânia por um palestiniano, que foi depois morto por forças israelitas.
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Ao anunciar que se demitia, o comandante da polícia de Telavive, Ami Eshed, disse que não podia ceder a pressão para “partir cabeças e ossos” dos manifestantes anti-Governo, e que descer à pressão do executivo significaria encher as urgências de um grande hospital de Telavive a seguir a cada manifestação. Mas mal Eshed fez, na quarta-feira à noite, a sua declaração surpreendente, centenas de manifestantes voltaram às ruas de Telavive, Jerusalém e outras cidades.
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Ucrânia reclama avanços no Leste. Bielorrússia põe mais militares na fronteira com Ucrânia
O governador da região, Oleh Sinegubov, fez o anúncio através do seu canal de Telegram. O comunicado publicado entretanto pelo Ministério da Defesa ucraniano no Facebook também o confirma – ainda que esta informação esteja a ser veiculada apenas por fontes ucranianas e ainda não tenha sido confirmada por meios independentes. Não se sabe ainda quantas tropas chegaram à fronteira, nem exactamente em que ponto se encontram. O Ministério da Defesa partilhou algumas imagens de soldados numa localização na fronteira onde se ouve um deles a dizer “chegámos, estamos aqui”, cita a BBC. De acordo com uma nota do ministério, os “defensores ucranianos” mantêm com “êxito” a contra-ofensiva em Kharkiv, levada a cabo pela Brigada 127 das Forças Armadas da Ucrânia. Por outro lado, o Alto Comando Militar da Ucrânia acrescenta que o “inimigo” (forças russas) concentra esforços para manter posições na região. A mesma nota refere que o Exército russo prossegue com a ofensiva na Zona Operacional do Leste da Ucrânia, em direcção a Donetsk, onde atacou infra-estruturas militares e civis, estando a “preparar-se” para outra ofensiva na área de Izum. Segundo a mesma fonte, as tropas russas reforçaram o controlo na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia — nas regiões de Briiansk e Kursk — e atacaram com artilharia infra-estruturas civis nas localidades de Dovhenke, Ruski Tiihki, Ternova e Petrivka. De acordo com as mesmas informações governamentais ucranianas, em Mariupol continuam os “ataques massivos” de artilharia e da aviação de combate da Rússia, sobretudo na zona da fábrica Azovstal onde se encontra o último bastião ucraniano na cidade portuária. Nas últimas 24 horas, as unidades de defesa da Ucrânia reclamam ter abatido “11 objectivos aéreos inimigos: dois helicópteros (Ka-52 e Mi-28), sete aparelhos voadores não tripulados (drones operacionais e tácticos) e dois mísseis cruzeiro”. Os militares ucranianos indicam ainda que foram neutralizados dezasseis ataques russos em zonas próximas de Donetsk e Lugansk e que três tanques, um sistema de artilharia e seis veículos blindados de transporte de tropas foram destruídos. Bielorrússia põe mais militares na fronteira com Ucrânia A Bielorrússia anunciou o destacamento de “forças de operações especiais” ao longo da fronteira com a Ucrânia, escreve o Ministério da Defesa britânico na actualização diária da situação da guerra desta segunda-feira. Para além dessas forças, há “unidades de defesa aérea, artilharia e mísseis a caminho de campos de treino na zona ocidental do país”. Agora, “a presença de forças bielorrussas perto da fronteira irá reter as forças ucranianas, de forma a não poderem ser destacadas para apoiar as operações no Donbass”, a leste. Esta decisão surge na sequência de vários exercícios militares do lado bielorrusso que aconteceram no início do mês. Até agora, as forças bielorrussas ainda não se envolveram de forma directa no conflito, salienta o mesmo relatório. “Contudo, o território bielorrusso foi usado como ponto de paragem no avanço inicial da Rússia sobre Kiev e Chernihiv” e a Rússia também usou o território para disparar ataques com mísseis. Lukashenko tentará arranjar um ponto de equilíbrio entre o apoio à Rússia na invasão e uma tentativa de evitar tomar parte activa nela, devido ao “risco das sanções ocidentais, retaliação ucraniana e possível insatisfação nas forças armadas bielorrussas”.
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Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra Especial: Guerra na Ucrânia As tropas ucranianas que defendem a cidade de Kharkiv (Carcóvia) chegaram à fronteira com a Rússia, conseguindo que o “inimigo” recuasse até aí.
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Covid-19: DGS define que basta certificado de vacinação para acesso a eventos culturais
Esta actualização difere do que ficou decidido na semana passada em reunião de Conselho de Ministros. Em 21 de Dezembro, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o acesso a eventos culturais e desportivos passava a depender da apresentação de teste negativo à covid-19, desde as 00h00 de sábado e até 9 de Janeiro, independentemente do número de espectadores. A resolução do Conselho de Ministros define que o acesso a estes eventos depende “da apresentação de certificado digital COVID da UE nas modalidades de certificado de teste ou de recuperação” ou “da apresentação de outro comprovativo de realização laboratorial de teste com resultado negativo”. A orientação 028 da DGS, de 28 de Maio do ano passado, cuja nova revisão foi hoje divulgada, prevê que o acesso às “salas de exposição cinematográfica” poderá também acontecer mediante “a realização de teste rápido de antigénio na modalidade de autoteste (colheita nasal) com resultado negativo”, caso o espectador não tenha certificado digital covid, comprovativo de vacinação ou comprovativo da realização de teste laboratorial com resultado negativo. Esta orientação define ainda que, até 9 de Janeiro, “é proibida a ingestão de quaisquer alimentos ou bebidas no interior das salas de exposição cinematográfica, sendo obrigatória a utilização de máscara facial”. A DGS definiu também a lotação de eventos culturais que aconteçam em recintos provisórios ou improvisados, cobertos ou ao ar livre, que “deve ser objecto de determinação conjunta entre a entidade licenciadora da lotação, a Autoridade de Saúde territorialmente competente e as Forças de Segurança — PSP ou GNR do território, não devendo exceder, entre os dias 25 de Dezembro de 2021 e 9 de Janeiro de 2022, a ocupação máxima indicativa de 0,20 pessoas por metro quadrado de área”.
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O acesso a eventos culturais é possível mediante a apresentação de certificado digital covid, comprovativo de vacinação ou teste com resultado negativo, segundo a actualização da orientação da Direcção-Geral da Saúde (DGS) relativa à utilização de equipamentos culturais. A orientação sobre lotação dos espaços culturais, actualizada esta terça-feira e disponível no site oficial da DGS, define que o acesso a “eventos de natureza cultural” está dependente da apresentação “de um dos seguintes documentos": certificado digital COVID; comprovativo de vacinação que ateste o esquema vacinal completo há pelo menos 14 dias; comprovativo de realização laboratorial de teste com resultado negativo.
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Dicas para tornar a lavagem da roupa mais amiga do ambiente
Os detergentes e os amaciadores podem libertar químicos para a água que depois precisa de ser tratada. A lavagem da roupa pode ainda libertar microplásticos que se estão a acumular nos cursos de água a níveis alarmantes. Em destaque Edição impressa 28 de maio de 2021 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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Pôr a roupa a lavar não é propriamente algo divertido para muita gente, mas pode tornar-se absolutamente desagradável para o planeta. As máquinas de lavar consomem muitos litros de água e as máquinas de secar gastam muita energia.
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O caso e as causas do fogo: uma luta de poder
As declarações de Tiago Oliveira no Parlamento atiçaram esta controvérsia, com o repúdio da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários, da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e da Associação Portuguesa de Municípios, explodindo a tensão destas com a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF). Na base deste caso está a ideia de que os bombeiros beneficiam de um excesso de recursos dirigidos para a supressão de incêndios, que deveriam ser antes canalizados para a gestão florestal, nomeadamente no uso proativo do fogo para a queima de biomassa. Enquanto esta doutrina tem ganho maior visibilidade nos meios de comunicação social, a AGIF presidida por Tiago Oliveira tem sido particularmente vocal na defesa do que se designa por “fogo controlado” gerando uma acesa polémica sobre o seu pretenso financiamento público. A necessidade de investimento público e privado em medidas de silvicultura preventiva parece ser consensual, mas se estas medidas são complementares aos mecanismos de supressão, atacar os meios de combate a incêndios numa lógica de competição por recursos públicos parece contraproducente. Num país onde nas últimas quarto décadas arderam quase dois terços do território, é difîcil sustentar que o problema está no excesso de meios de supressão. Num contexto claramente deficitário em muitas vertentes, todas as abordagens que possam contribuir para mais e melhor prevenção devem ser equacionadas, tendo em conta as especificidades locais, regionais e nacionais. Se a biomassa acumulada constitui um factor de risco de incêndio, prescrever fogos, promover a regeneração natural através de práticas silvícolas, ou subsidiar a herbivoria no âmbito de um programa de governança ambiental mais amplo, constituem abordagens distintas que não devem ser confundidas, em particular no que respeita ao tipo de apoios, públicos ou privados, que cada uma destas possa, ou não, beneficiar. Num contexto de expansão descontrolada de espécies adaptadas ao fogo, e de alterações climáticas com estações cada vez mais difusas e incertas, o apelo a fogos de inverno constitui uma abordagem tecnicamente discutível, e o seu financiamento público questionável. No caso do fogo controlado, as relações entre escala da intervenção e ciclos de implementação podem revelar-se inexequíveis enquanto estratégia nacional e ineficazes do ponto de vista da proteção civil. Os problemas relacionados com responsabilidade civil e impactos destas práticas complicam este debate mais específico, que não cabe analisar neste espaço. Mas é precisamente nesta especificidade técnica que se criam visões e divisões entre diferentes actores-chave, que reclamam para si mesmos a capacidade de julgar os critérios que definem as regras de financiamento que estão agora em discussão. Não podemos por isso ignorar que a crítica ao atual modelo de financiamento dos bombeiros esconde uma luta de poder simbólico, em que se procura definir a legitimidade de cada grupo de interesses para impor diferentes racionalidades no sistema de gestão de riscos ambientais. As forças de combate a incêndios e proteção civil podem e devem ser melhoradas, mas a última coisa de que Portugal precisa é de alimentar antagonismos no seio das nossas mais vitais instituições. As associações humanitárias de bombeiros constituem um capital social insubstituível, e quem vive a realidade dos incêndios na pele, seja de forma voluntária ou profissional, deve sentir-se apoiado pela sociedade no seu todo. Nunca foi tão necessário ao registo político em que estas lutas se travam o respeito pela função que cada um tem neste debate. Em vez de se procurar impor um “novo paradigma” iluminado por qualquer modelo teórico, é preciso construir uma terceira posição, ética, plural e inclusiva dos diferentes interesses em jogo. Essa terceira via passa necessariamente pela responsabilização dos agentes privados para uma gestão adequada dos recursos naturais dos quais colhem benefícios, tendo em conta a multiplicidade de valores presentes nas paisagens e nas causas que cada um vê e reconhece como suas. O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico
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Um rumor inquietante tem surgido no debate sobre incêndios em Portugal. Alguns investigadores sugerem que os bombeiros constituem parte do problema, por serem alegadamente financiados em função da área ardida.
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Atirador dispara contra várias pessoas perto do Congresso americano
#BREAKING Shooting at Congressional baseball practice. Scalise hit. Other staffers hit. Gunmen with rifle — Chad Pergram (@ChadPergram) June 14, 2017
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Um atirador baleou várias pessoas durante um treino da equipa de basebol do Congresso norte-americano, a cerca de dez quilómetros do edifício que alberga a Câmara dos Representantes e o Senado. Uma das pessoas atingidas é Steve Scalise, congressista do Partido Republicano.
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Deputado Cotrim de Figueiredo é o único candidato à liderança da Iniciativa Liberal
A convenção está marcada para domingo, a partir das 10h30, no auditório da Biblioteca Municipal de Pombal, distrito de Leiria. João Cotrim de Figueiredo é assim o único candidato a suceder a Carlos Guimarães Pinto na presidência da Iniciativa Liberal, que em 30 de Outubro anunciou que abandonaria a liderança do partido, considerando que a sua missão estava cumprida no “dia histórico” em que a força política se estreou com uma intervenção no parlamento. “Não me podem pedir que continue a sacrificar a minha vida por uma causa. Foi um ano intenso em que tive que abdicar de muito para fazer este caminho. Fi-lo numa altura em que ninguém o teria feito. Criei as condições para que outros o possam fazer daqui para a frente com recursos que eu nunca tive e, espero eu, menos sacrifícios pessoais. Não me podem exigir mais”, referiu Guimarães Pinto na rede social Facebook, à data. Além da eleição da comissão executiva, de acordo com a mesma fonte, a convenção nacional servirá ainda para preenchimentos de lugares vagos no conselho de jurisdição e no conselho nacional. Foram apresentadas 22 candidaturas individuais para seis vagas no conselho nacional e uma para o lugar que está em aberto no conselho de jurisdição. Segundo o regimento da convenção, as eleições dos órgãos nacionais do partido realizam-se nessa mesma reunião por “voto directo, pessoal e secreto”, devendo os membros votar, no caso do conselho nacional e do conselho de jurisdição, “até ao número de candidatos suficiente para preencher as vagas disponíveis”. De acordo com a ordem de trabalhos do encontro, a que a agência Lusa teve acesso, além do período eleitoral — que culminará com a exoneração dos titulares do órgão cessante, a tomada de posse dos eleitos e o discurso do novo presidente da comissão executiva —, será ainda feita uma análise e discussão da actual situação política. A última convenção do partido, na qual foi eleito Carlos Guimarães Pinto como presidente, realizou-se há pouco mais de um ano, em 13 de Outubro de 2018. A Iniciativa Liberal foi reconhecida pelo Tribunal Constitucional em 13 de Dezembro de 2017, tendo-se estreado em eleições nas europeias deste ano. Meses depois, nas eleições para a Assembleia da República, a Iniciativa Liberal conseguiu eleger um único deputado, pelo círculo de Lisboa. Já Carlos Guimarães Pinto liderou a lista do partido pelo Porto não conseguiu ser eleito. João Cotrim de Figueiredo foi o primeiro dos deputados únicos a apresentar um projecto de alteração ao regimento da Assembleia da República. O objectivo é o mesmo: “assegurar a justa e proporcional representatividade de todos os partidos políticos”. Além da proposta de alteração ao regimento, a Iniciativa Liberal apresentou mais três iniciativas: dois projectos de resolução e um projecto de lei. O projecto de lei defende que os recibos de vencimento dos trabalhadores por conta de outrem passem a ter os custos suportados pela entidade patronal no âmbito das contribuições para a Segurança Social.
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O deputado João Cotrim de Figueiredo é o único candidato à liderança da Iniciativa Liberal, cuja eleição da comissão executiva vai decorrer na III Convenção Nacional, órgão máximo do partido, no domingo, em Pombal. Fonte oficial do partido adiantou à agência Lusa que João Cotrim de Figueiredo encabeça a lista única à comissão executiva, com a moção de estratégia global “Juntos a liberalizar”.
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Jerónimo está aí para as curvas – como ele diria
Faltam três meses e pouco ou nada se sabe sobre o tema candente: quem vai substituir Jerónimo de Sousa? Jerónimo vai ser — de facto — substituído? A avaliar pelas declarações do próprio secretário-geral, é melhor “apostar numa tripla”. E isto que Jerónimo diz vale pelo que ele não diz: o carismático secretário-geral sente-se capaz de continuar a liderar o partido. Perante esta situação, vai o PCP afrontar Jerónimo e eleger outro dirigente? A avaliar pelo que se passou há quatro anos, não. O que disse Jerónimo agora abre obviamente a porta para a sua manutenção no cargo? Na entrevista que deu ao programa Hora da Verdade, uma parceria PÚBLICO-Renascença, o secretário-geral, quando interrogado sobre a sua força física, pesem ou não — parece que não — os 72 anos, foi claro: “De força anímica, de força física, ao contrário do que muita gente afirma, estou bem.” Jerónimo reconhece que “muita gente”, mesmo dentro do seu próprio partido, diz que não, mas parece disposto a enfrentá-los, embora, como o secretário-geral reconhece e ditam as regras, quem mande seja o partido. Mas ele também tem uma palavra a dizer. “Em relação ao futuro, o partido o dirá, com a minha opinião, obviamente.” Mais deliciosa é a parte da entrevista em que Jerónimo manda apostar numa “tripla”. Ou seja, desengane-se quem está já a apostar na sucessão. Há três hipóteses, “sai, fica ou fica mais um bocadinho” — Jerónimo até propõe esta alternativa entre sair e ficar, que é “ficar mais um bocadinho”, como possível solução intermédia. Estamos a três meses do Congresso e, enquanto todos os candidatos a líder do passado tiveram a sua “rodagem” prévia à eleição, desta vez não consta nada. Em Março de 2019, numa entrevista dada à Lusa, o mood do secretário-geral comunista era outro. “Falava da lei da vida” e em ter “outras responsabilidades” no partido sem “calçar as pantufas”. Visivelmente, culpa da pandemia ou não, a situação mudou. Teremos Jerónimo nas próximas batalhas, e a negociar a ressurreição da “geringonça” que Costa agora voltou a querer. É provável que se repita o que se passou há quatro anos: alguns dirigentes queriam substituir Jerónimo, mas ele não quis e foi à guerra. À Renascença chegou a dizer: “Os amigos do partido e muita gente mesmo que não é do meu partido consideram que eu devia continuar.” A verdade é que ganhou a guerra, o que provavelmente acontecerá outra vez em Novembro e fará de Jerónimo de Sousa um secretário-geral tão insubstituível como Álvaro Cunhal.
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O PCP realiza o seu congresso em Novembro. Desta vez, estava na agenda a substituição de Jerónimo de Sousa.
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Há uns óculos que calculam o tom de pele e ajudam a comprar cosméticos online
Tradicionalmente, no Japão, “ia-se a uma grande loja, dirigia-se ao balcão e depois experimentavam-se coisas”, contextualiza o chefe de Operações, Masahiro Ito, em entrevista à Reuters. “É isso que estamos a tentar replicar através da tecnologia e dar ao consumidor confiança para comprar online”, justifica. Os Zozoglass, que estão disponíveis para pré-compra e deverão começar a ser enviados a partir de Março, serão inicialmente limitados aos produtos que servem de base para a maquilhagem, antes de ser expandida para cobrir outras linhas de cosméticos. A funcionalidade de realidade aumentada no aplicativo do retalhista online permitirá aos consumidores verem como fica a maquilhagem, sem a colocarem de facto. A tecnologia Fashon está a ser explorada pelos retalhistas online, que foram impulsionados pelas compras em casa durante a pandemia de covid-19, como forma de ajudar os consumidores a ultrapassar algumas reservas sobre a compra à distância. “Tenho a sensação de que o comércio electrónico foi introduzido a toda uma faixa de novas pessoas que, antes [da pandemia], nem sequer pensavam em comprar uma peça de roupa online”, aponta Ito. Zozo, parte do negócio de Internet da SoftBank Z Holdings Corp, já expediu 1,4 milhões de unidades do seu Zozomat, que é utilizado para medir pés para recomendações de tamanho e, ainda este ano, planeia começar a enviar o sucessor do Zozosuit, de medição do corpo, depois de ter corrigido as falhas do modelo original.
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O retalhista de moda japonês Zozo lançou, esta sexta-feira, uns óculos que calculam o tom de pele para encomendar cosméticos online, fazendo a sua mais recente oferta tecnológica de moda à medida que se expande para além do vestuário. Os Zozoglass, uns óculos cobertos com amostras de cor e marcadores, detectam o tom de pele quando ligado a um smartphone para recomendações personalizadas de cosméticos no Zozotown, o maior site de moda online do Japão.
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O sistema é que manda
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É uma novidade ser-se escorraçado por usar máscara. Logo no primeiro dia, numa loja de pastilhas para a tosse, fizeram-me uma dança de boas-vindas com batuques e cantilena: “Já não é preciso, meu moço, já não é preciso!” Em destaque Edição impressa 06 de maio de 2022 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir.
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Covid-19 gera 300 mil desempregados em Espanha no “pior mês da história”
A Segurança Social da quarta maior economia da zona euro perdeu, num mês, mais de 800 mil contribuintes. A 31 de Março, tinha 18.445.436 registos, menos 833.979 do que no último dia de Fevereiro. Embora, em termos médios, os serviços de previdência tenham registado em Março 19.006.760 afiliados e a diferença média face a Fevereiro seja na ordem dos 243 mil, o Ministério do Trabalho sublinha que a comparação entre o último dia de cada um destes meses é aquela que evidencia, “com maior fiabilidade, neste momento, a evolução do emprego e a repercussão da crise provocada pela covid-19”, pois foi em meados de Março (a partir de dia 12) que o mercado laboral começou a sentir o impacto da propagação do novo coronavírus, associado ao confinamento e ao encerramento massivo de estabelecimentos. Nestas últimas semanas foram destruídos tantos postos de trabalho como nos primeiros cem dias da crise desencadeada pela queda do Lehman Brothers em Setembro de 2008, disse o ministro da Inclusão, Segurança Social e Migrações, José Luis Escrivá, citado pela publicação Cinco Dias. Segundo país europeu com mais casos identificados de covid-19 (mais de 100 mil) e mais mortes causadas por esta doença (dez mil), Espanha enfrenta uma crise sanitária extrema que levou o governo liderado por Pedro Sánchez a mandar encerrar todos os sectores económicos considerados não essenciais. Mesmo tendo restringido temporariamente os despedimentos por causas económicas durante a crise da covid-19, e tendo imposto a renovação automática dos contratos a prazo durante este período excepcional, a rápida evolução das inscrições nos centros de emprego mostra como a sucessão de acontecimentos já se faz sentir nos primeiros números oficiais. Espanha acaba de registar em Março, segundo o El País, o “pior mês da história” em termos de emprego. Uma dimensão amplificada pela comparação que o ministro espanhol fez ao lembrar o que se passou na crise financeira. Se nos 12 primeiros dias de Março o número de pessoas inscritas só tinha aumentado em 2857, o número total de novas inscrições do mês de Março acabou por ser de 302.265, um aumento de 9,31% em relação a Fevereiro. “O total de desempregados, calculando este aumento, é de 3.548.312”, indica o Ministério do Trabalho espanhol no seu site, referindo que houve uma subida de 13,3% no desemprego entre os homens e de 6,5% entre as mulheres. Na construção houve uma subida de 23% no número de desempregados; na indústria, de 9%, uma subida idêntica à que se verificou nos serviços, embora seja aqui que o número absoluto de desempregados mais tenha crescido (mais 206 mil); e na agricultura, houve um crescimento mensal do desemprego de 4%. Entre os cidadãos que não tinham um emprego anterior e que se inscreveram, a subida foi de 2%. Foram 4984 estas situações, o que faz com que a passagem de pessoas de situação de emprego para inscrições à procura de trabalho foi de 297.281. Olhando só para o que se passou a partir de 12 de Março até ao último dia do mês, o número de contribuições baixou em quase 900 mil (resultantes da “diferença” entre os 19,3 milhões registados a 11 de Março e os 18,5 milhões de dia 31 de Março, explica a nota do Ministério do Trabalho). Segundo o Governo, os números de pessoas inscritas na Segurança Social incluem os 258,6 mil trabalhadores que entraram em layoff até àquele momento (sendo que, hoje, são já cerca de três milhões as pessoas abrangidas pelo regime de regime de regulação temporária de emprego (conhecido em Espanha por ERET).
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Os efeitos da crise social e económica causada pela propagação do novo coronavírus em Espanha já são visíveis nos primeiros números do mercado laboral. Os centros de emprego espanhóis registaram 302 mil novas inscrições em Março quando se compara com o mês anterior, ao mesmo tempo em que o número de trabalhadores a pagar contribuições sociais também baixou de forma significativa.
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Orçamento do Estado 2020: compromisso e confiança
Na elaboração desta proposta, o Executivo procurou traduzir financeiramente as metas traçadas no Programa de Governo, continuando a trajetória de redução do desemprego e valorização do trabalho; de redução dos impostos para as famílias e para as Pequenas e Médias Empresas; de reforço do investimento público de qualidade nas funções sociais, nas funções económicas e de soberania; de aumento das exportações e da atração de investimento direto estrangeiro; de manutenção do crescimento interno acima da média de crescimento dos países europeus e, ainda, de consolidação da trajetória de redução do défice e de amortização da dívida pública. Todas estas metas estão contempladas num Orçamento que constitui um exercício difícil, mas possível. Se há Orçamento que deixa muito claro que “há outro caminho”, é este, mais ainda do que os anteriores. Exemplos de medidas concretas que traduzem claramente os objetivos políticos do Governo não faltam nesta proposta. Gostaria de destacar o fim do Imposto de Selo para as operações de crédito às exportações com garantia do Estado, os incentivos fiscais para promover as exportações e os incentivos ao reinvestimento dos lucros das PME, que apoiam a digitalização, a inovação e o desenvolvimento, entre muitas outras que representam o compromisso do Orçamento do Estado 2020 com o crescimento da economia e com a criação de emprego. Mas há outros compromissos associados a este Orçamento, igualmente estratégicos. Desde logo, este é um documento que traduz uma preocupação com a qualidade da Democracia, estabelecendo uma base de confiança dos cidadãos na vida política, tornando mais estreita a porta por onde podem passar a demagogia e o populismo. Por isso, em 2020, o Governo promove uma aposta clara na continuidade do esforço de valorização e de qualificação das pessoas, através do reforço do investimento na escola pública e no Ensino Superior. É também notória a estratégia de qualificação, valorização e modernização da Administração Pública, através da adoção de programas de contratação de recursos que apoiem o Estado e as entidades públicas na sua missão. Este é também um Orçamento que aumenta a proximidade do poder junto das pessoas, aprofundando os instrumentos que melhor servem o desenvolvimento e a coesão, através da descentralização e da adoção de mecanismos de legitimidade e proximidade dos poderes locais e regionais. No plano externo, este Orçamento não descura a preparação do país para o desafio da Presidência Portuguesa da União Europeia e para melhor servir a inserção de Portugal na vida global, nomeadamente através da preparação das nossas Forças Armadas para o desempenho de missões externas que credenciam e engrandecem o nome de Portugal no Mundo. Com essa opção, consolidamos o peso da nossa voz nas instâncias internacionais, estreitamos o nosso vínculo com as comunidades portuguesas, com o mundo lusófono e com a cultura portuguesa amplamente dispersa pelo globo. Também por isso, este é um Orçamento que valoriza o prestígio de Portugal no mundo. A legislatura tem quatro anos e esta é a proposta de Orçamento para o primeiro desses quatro anos. O modo como entrarmos nela determinará a confiança dos que podem investir e criar riqueza no País. Da riqueza criada e da sua justa repartição, dependerão as condições de vida das nossas e dos nossos concidadãos. Naturalmente, da melhoria das suas condições de vida, resultará o reforço ou a degradação do nível de confiança que depositam em nós, no Governo e na Assembleia da República, nos dirigentes e nos partidos políticos que servem a Democracia. É, por isso, importante que não se utilizem em vão palavras como “compromisso”, assumindo que é para “cumprir”. Esta pequena reflexão leva-me a sublinhar o significado da apresentação de um saldo orçamental positivo, para que não subsistam quaisquer dúvidas. Trata-se de garantir ao Estado melhores condições para o financiamento das suas funções, dando-lhe maior autonomia para fazer as suas escolhas. Trata-se de preparar o Estado para fazer face aos imponderáveis da vida internacional, que são muitos e que se acentuam a cada dia que passa, com maior sentido de responsabilidade e de solidariedade para com as gerações mais jovens, sem nunca esquecer os mais idosos e os mais carenciados. Trata-se de um claro compromisso com o interesse nacional e com o futuro! Naturalmente, esta proposta poderá ainda ser melhorada com o contributo dos partidos com assento parlamentar, legítimos representantes do povo português na Assembleia da República. O Partido Socialista, enquanto partido de suporte do Governo, conta com o sentido de Estado de todas as forças políticas representadas no Parlamento e com a sua disponibilidade para trabalhar na melhoria da proposta de Orçamento do Estado com transparência, sentido do interesse nacional e também com racionalidade nas escolhas a fazer. O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
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A proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo Governo é a melhor dos últimos cinco anos: tem tudo o que de positivo havia nas anteriores e vai mais longe na visão reformista do Estado e da sociedade. Vale a pena explicitar esta ideia, dando nota de que se trata de um documento que cumpre com a palavra dada aos portugueses, consolida o caminho de desenvolvimento iniciado na anterior legislatura, prepara a sociedade e o Estado para os complexos desafios da vida internacional e garante a solidariedade entre as gerações.
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Empresa espanhola reconhece direito a desligar o telemóvel fora do horário de trabalho
Segundo um comunicado, “o novo acordo inclui a necessidade de impulsionar o direito à desconexão digital uma vez finalizada a jornada de trabalho”. O acordo colectivo assinado é assim o primeiro de uma grande empresa em Espanha que reconhece “o direito a não estar conectado”. A França, onde está a empresa-mãe da AXA, foi o primeiro país a pôr em prática esta alteração nas leis do trabalho. Desde 1 de Janeiro que as empresas francesas com mais de 50 trabalhadores devem ter acordos negociados com os funcionários para fixar horários de ligação ao telemóvel e à internet. A Volkswagen, na Alemanha, foi pioneira neste nesta área, ao estabelecer que entre as 18h15 e as 7h o correio electrónico profissional deve ter o acesso bloqueado.
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A filial espanhola da multinacional francesa do sector dos seguros AXA é a primeira empresa em Espanha que reconhece, em contrato laboral, aos empregados o direito de desligarem o telemóvel fora do horário de trabalho. “Exceptuando causa de força maior ou circunstâncias excepcionais, a AXA reconhece o direito dos trabalhadores de não responderem aos correios electrónicos ou às mensagens profissionais fora do horário de trabalho”, prevê o acordo colectivo de trabalho em vigor até 2020, assinado esta semana entre a seguradora e as Comisiones Obreras, o sindicato com maior representatividade na empresa.
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Explosão em mercado na Ucrânia pode ter sido provocada por míssil ucraniano
Pouco depois da explosão, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de ter lançado um ataque deliberado contra o mercado da cidade, situada no Leste da Ucrânia, a cerca de 30 quilómetros de Bakhmut. "Este mal russo deve ser derrotado o mais rapidamente possível”, disse Zelensky através da aplicação de mensagens Telegram, a 6 de Setembro. Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, vários jornais norte-americanos — com destaque para o New York Times — têm documentado pormenores de ataques contra alvos civis e outros crimes de guerra cometidos pelo Exército russo nos últimos 19 meses; e, em Março passado, uma comissão de inquérito nomeada pela ONU acusou a Rússia de realizar ataques em áreas povoadas, "com aparente desrespeito pelo sofrimento causado a civis". Além disso, em Maio, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura em nome do Presidente russo, Vladimir Putin, sob a acusação de deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia. No caso da explosão de 6 de Setembro no mercado de Kostiantynivka — que, segundo o Times, tinha sido alvo de um ataque russo na noite anterior —, a causa terá sido o disparo de um míssil terra-ar ucraniano que terá caído antes de atingir o alvo pretendido. Durante a investigação, os repórteres do jornal norte-americano analisaram as imagens em vídeo do momento do embate, bem como imagens de satélite e fragmentos do míssil, e cruzaram mensagens publicadas nas redes sociais e declarações de testemunhas no terreno com a localização e a hora de disparos feitos pelas forças ucranianas. "O ataque parece ter sido um acidente trágico", diz o Times. "Especialistas em defesa aérea dizem que os mísseis como o que atingiu o mercado podem sair do seu trajecto por uma variedade de razões, incluindo uma avaria electrónica ou um dano na estrutura no momento do lançamento." Segundo o jornal, as autoridades ucranianas disseram que não podem fazer comentários sobre o caso uma vez que está em curso uma investigação.
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Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra Especial: Guerra na Ucrânia Uma investigação realizada na Ucrânia por jornalistas do New York Times, e corroborada por três especialistas norte-americanos em inactivação de explosivos, indica que a explosão no mercado de Kostiantynivka, no dia 6 de Setembro, que matou pelo menos 15 pessoas, terá sido provocada pelo embate de um míssil ucraniano lançado na direcção das tropas russas.
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China quer limitar tempo que os menores passam ao telemóvel a duas horas (ou menos) por dia
Para tal, todas as apps móveis devem passar a ter um “modo juvenil” que limita o tempo de uso consoante a idade dos utilizadores. O objectivo é combater o vício da Internet junto das populações mais jovens e o acesso a “más informações”. A informação foi anunciada esta quarta-feira num comunicado da Administração do Ciberespaço da China, que é o principal regulador online no país. Segundo o comunicado desse organismo, as novas regras, em discussão durante o próximo mês, devem “prevenir e intervir no problema da dependência da Internet” e orientar os menores de idade a “formar bons hábitos de utilização da Internet”. Algumas plataformas online, como a Douyin (a versão chinesa do TikTok) já incluem restrições que impedem os menores de idade de passar mais de 40 minutos por dia na plataforma. Com as novas regras, os controlos passam a ser nacionais e os encarregados de educação passam a ser motivados a utilizá-los. Além de limites ao tempo de uso, ninguém com menos de 18 anos deve poder aceder a apps móveis de entretenimento entre as 10 da noite e as seis da manhã. Durante este período, os telemóveis apenas devem funcionar para chamadas de emergência ou apps pré-aprovadas pelos encarregados de educação (por exemplo, apps com material educativo). Legado dos videojogos A China foi um dos primeiros países do mundo a criar regras para lidar com “o vício da Internet”. Em 2019, Pequim impediu menores de idade de jogar videojogos online depois das 22h e de gastar mais de 400 yuan por mês (cerca de 50 euros) em jogos e extras como acessórios virtuais para personagens. Em 2021, o país apertou as restrições: os jovens só podiam passar uma hora por dia a jogar videojogos – e só às sextas-feiras, fins-de-semana ou feriados. Nos últimos dez anos, Pequim também criou centenas de "campos de treino", inspirados em academias militares, para ajudar jovens que passam demasiado tempo online. Apesar de ser dos poucos países com limitações rígidas ao tempo que os jovens passam online, a China não está sozinha nas preocupações. Desde 2018 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) está a investigar as consequências da utilização excessiva da Internet e de outras plataformas de comunicação e de jogos na saúde pública. Em Julho de 2018, a organização classificou os “distúrbios com videojogos” como um problema de saúde mental definido por uma “falta de controlo crescente” em que se dá cada vez mais importância aos videojogos, mesmo com consequências negativas como irritabilidade, falta de sono e exclusão de outras actividades do dia-a-dia.
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O Governo chinês quer limitar o tempo que os menores de 18 anos passam a usar telemóveis com ligação à Internet. A proposta mais recente prevê 40 minutos para menores de oito anos, uma hora para quem tem entre oito e 16 anos, e duas horas para os restantes.
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A história dos primeiros americanos no espaço, versão Disney
No espaço de nove anos, a NASA aterraria na lua, proeza que se deveu aos avanços destes astronautas. A história deles foi contada no livro The Right Stuff, lançado por Tom Wolfe em 1979 e, quatro anos depois, na respectiva adaptação cinematográfica, realizada por Philip Kaufman, e conhecida em Portugal como Os Eleitos. Este ano, voltou a ser repescada numa produção original da Disney+ com produção executiva de Leonardo Di Caprio, criada por Mark Lafferty a partir do livro original. O nome é o mesmo: The Right Stuff. O último episódio desta minissérie de oito episódios, encabeçada por nomes como Jake McDorman (Limitless), Patrick J. Adams (Suits) ou Aaron Staton (Mad Men), saiu esta sexta-feira, acompanhado por The Real Right Stuff (Os Verdadeiros Eleitos), um documentário de Tom Jennings que é mais fiel ao que aconteceu na vida real e conta com banda sonora original de Hans Zimmer. É possível que se sigam mais temporadas sobre outros projectos da NASA no futuro. Da Endeavor para o cinema O engenheiro Robert J. Yowell, hoje na Força Aérea americana, trabalhou no projecto do Space Shuttle da NASA nos anos 1990. Há uns anos, tornou-se, por acidente, consultor técnico no mundo do audiovisual, tarefa que desempenhou nesta produção. Estava a trabalhar como voluntário, aos fins-de-semana, a mostrar às pessoas a nave Endeavor no California Science Center, em Los Angeles, quando uma mulher o ouviu falar e lhe pediu ajuda para um filme em que estava a trabalhar. Pensou que era “um filme de estudantes”, como resume ao PÚBLICO numa chamada de Zoom, mas cedo descobriu que era Ad Astra, o filme de grande orçamento de James Gray com Brad Pitt, no qual até fez um cameo. Yowell continuou a trabalhar na ficção audiovisual, primeiro em Lucy in the Sky, o malogrado filme de Noah Hawley, e agora nesta série. É o tipo de pessoa que chamam quando querem algum realismo, seja em produções baseadas em factos reais ou em ficção científica. No caso de The Right Stuff, “tanto no livro como no filme havia imprecisões científicas”, explica. Estas, sublinha, “não beliscam em nada o facto de serem duas grandes peças de arte”. “Wolfe era um escritor prolífico, as coisas que ele adicionou foram o humor e a perspicácia, e vês um bocado disso no filme”, continua. A série, diz, “estava muito empenhada, desde o início, na precisão e no máximo detalhe possível”: “Estávamos na mesma fortificação usada em 1961 para lançar os primeiros foguetões originais da NASA. Esse edifício, por sorte, foi preservado pela Força Aérea. Cada manípulo, cada fio, está lá até hoje, intocado. Não há como bater isso em termos de precisão”, conta. Algo em que insistiu muito foi em mostrar o quão “primitiva era a tecnologia” numa altura em que, por exemplo, “não dava para ver dados saídos da nave digitalmente, era tudo analógico”. “É a maior vantagem, visualmente, poder mostrar algo que não compreendes só a ler o livro do Tom Wolfe. Espero que a série se torne uma boa companheira do livro e do filme, já que mostra mais detalhe do que é possível num filme”, comenta. Ainda assim, sabe que o seu trabalho é aconselhar a produção, e que, no caso do cinema, é o realizador quem “tem a palavra final”. “O trabalho dele é fazer uma forma de entretenimento, não é como um documentário”, resume. Para Yowell, a história dos Mercury 7 é fundamental. “Se este projecto não tivesse tido sucesso, não seria possível os Estados Unidos terem posto um Homem na Lua. O único propósito era provar que um astronauta podia sobreviver um dia no espaço. Se o Mercury e o projecto seguinte, o Gemini, tivessem falhado, não haveria qualquer possibilidade de tudo ter acontecido”, explica. O engenheiro sublinha que se passaram oito anos entre “o primeiro voo de 15 minutos até Neil Armstrong aterrar na lua”, e que “não se pode apontar outro período da História em que avanços tão vastos de tecnologia foram conseguidos de forma tão rápida”. Sem “este programa rápido do espaço”, continua, “não teríamos tido computadores pessoais, telemóveis e melhores tecnologias de saúde, é algo que afecta toda a gente neste planeta”. Com uma vantagem “maravilhosa”: “Ao contrário de guerras mundiais que levaram ao desenvolvimento de tecnologia, isto foi pacífico.”
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Entre 1961 e 1963, um grupo de sete homens, Alan Shepard, John Glenn, Scott Carpenter, Gus Grissom, Gordon Cooper, Wally Schirra e Deke Slayton, fez várias viagens de teste ao espaço. Os Mercury 7, como ficaram – muito – conhecidos na altura, foram, em plena Guerra Fria, pioneiros americanos na corrida ao espaço.
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Parlamento Europeu prepara-se para ratificar acordo de parceria com o Reino Unido, com avisos a Boris Johnson
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Quatro meses depois, o plenário do Parlamento Europeu vota esta terça-feira uma proposta para a ratificação do acordo de parceria comercial e política entre a União Europeia e o Reino Unido, e evita assim o derradeiro “precipício” de um no-deal depois de anos de negociações entre os dois blocos na sequência do “Brexit”. Em destaque Edição impressa 26 de abril de 2021 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir.
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Jean Pisani-Ferry: Portugal provou que o pessimismo com que era encarado foi excessivo
Esse problema pode ser ultrapassado com um euro que obedece a regras ainda mais “alemãs”? Um euro mais alemão não é certamente a opinião dos alemães. Não estou de acordo com o que diz. Que eu saiba, não foi isso que Mario Draghi fez. Nunca seguiu a política que era defendida pelos alemães e pelo Bundesbank E foi exactamente por isso que salvou o euro… Levou a cabo uma política que nos salvou, opondo-se à ortodoxia alemã. Ele geriu a crise com inteligência, não a favor dos países do Sul ou do Norte, mas para a sobrevivência do euro. Não podemos aceitar estas caricaturas, que são muito perigosas. Mas mantém-se um problema de convergência económica. Claro. Mas a política monetária não é desfavorável a essa convergência económica. Se perguntar aos alemães que política monetária lhes interessa, eles dizem-lhe que queriam uma subida das taxas de juro. Ela é conduzida levando em conta a zona euro no seu conjunto. Resolvemos o problema da divergência? Não. Mas temos casos de recuperação. Não sou um especialista de Portugal mas o seu país demonstrou que o pessimismo geral com que era encarado há alguns anos era excessivo. Verifiquei recentemente que Portugal está à frente da Alemanha em matéria de crescimento das exportações, muito à frente de Espanha e ainda mais de França. Ninguém nega que a recuperação nalguns países da zona euro é difícil e com custos sociais elevados – não tenho uma visão angélica da situação. Foram processos muito mais custosos do que teria sido possível fazer preventivamente e, mesmo, quando a crise foi desencadeada. Mas isso permite ser mais optimista sobre o futuro da zona euro. O combate às divergências também depende da Europa? As coisas não se fazem por si e é preciso compreender que os desequilíbrios não se corrigem sozinhos. São precisas medidas. É preciso mais atenção aos desequilíbrios e creio que um dos nossos problemas é que, depois da crise de 2008, dissemos que era preciso dar mais atenção às questões económicas mas não foi isso que aconteceu. Centrámo-nos nas questões orçamentais e deixámos de lado os equilíbrios económicos. Por exemplo, o excedente comercial enorme da Alemanha? A principal contrapartida do excedente alemão é um desequilíbrio interno na repartição dos rendimentos: as empresas acumulam lucros consideráveis e a parte dos salários no valor acrescentado baixou significativamente. É desejável que as empresas invistam mais e também que a repartição evolua em favor dos assalariados. Este movimento já começou, os salários estão a progredir mais depressa e isto reequilibra também a situação em relação ao resto da zona euro. Mas é um movimento lento. Seria preciso acelerá-lo. A situação da Grécia é ainda bastante séria. As medidas de austeridade vão continuar a dificultar o crescimento, já de si asfixiado pelo peso da dívida. Podia fazer-se de outra maneira? Do ponto de vista da política europeia, o problema grego está em que não se aceitou aliviar a dívida, apenas aliviar o serviço da dívida. A dívida está lá. É pena. Uma dívida a este nível é um obstáculo pesado ao investimento, à recuperação económica. Por razões jurídicas, houve alguma obstinação alemã neste domínio. Além disso, o problema da Grécia era que as estruturas económicas estavam muito degradadas, com uma imigração muito forte, sobretudo os mais qualificados – encontramos jovens gregos excelentes em toda a Europa e seria preciso haver condições para o seu regresso. O problema – que não é só grego - é de crescimento e de capacidade produtiva: não se sai de uma situação de dívida desta grandeza sem uma elevada taxa de crescimento.
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Os primeiros tempos da União Monetária não ajudaram à convergência económica. Pelo contrário, alimentaram a divergência sobretudo entre Sul e Norte.
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Acolhimento de famílias ucranianas: “Não é só dar uma casa, é dar tempo de si”
Chegaram de Kiev. “Se fosse ao contrário também gostávamos que alguém nos acolhesse”, justifica a jovem, explicando que desde a invasão russa da Ucrânia, que o objectivo da família era acolher alguém. A psicóloga Maria Palha, da associação Be Human, que está a levar a cabo um projecto de apoio a refugiados ucranianos, SPEAK For Ukraine, defende que não só quem chega, mas também quem recebe precisa de ajuda. Em destaque Edição impressa 27 de maio de 2022 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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Aos 20 anos, Alice Sousa Lara e os pais decidiram acolher uma família ucraniana na sua casa em Cascais. Por estes dias, há um quarto que se encontra ocupado por uma mãe e uma filha, de 15 anos, e o cão de ambas.
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Racismo: FUA rejeita acusações de colectivos e diz que “fez de tudo” para agregar esquerda
É totalmente incompreensível que depois de acções de rua que foram um êxito, parte do movimento que assume combater o fascismo e o racismo se vire contra a independência política da FUA e tenha tão rapidamente esquecido completamente o nosso inimigo comum”, explicita o movimento num esclarecimento enviado às redacções. No domingo, cerca de 20 colectivos e associações antirracistas acusaram a Frente Unitária Antifascista de organizar de um modo “desleal, oportunista e sectária” as manifestações “Unidos Contra o Fascismo”, que decorreram no Porto e em Lisboa. Estas organizações consideraram, em nota divulgada pelo Movimento Negro Portugal, que não houve “envolvimento prévio dos colectivos antirracistas” e que as pessoas que “sofreram ameaças na última semana” também não estavam envolvidas na organização dos protestos. De acordo com estes colectivos e associações, “esta não é a primeira vez que acontece, são já vários os episódios lamentáveis nos últimos dois anos”. Em resposta a estas acusações, a FUA disse que foi lançado para “a praça pública um chorrilho de acusações pessoais, calúnias, mentiras e manipulações que carecem de total fundamento e não deixam de reflectir certa degeneração moral de alguns dirigentes da esquerda diante da decadência da sociedade capitalista”. A Frente Unitária Antifascista “endereçou o convite para co-organização das concentrações a dezenas de organizações, incluindo grande parte das que subscreveram a nota divisionista, que manifestaram a opinião e pressionaram para que não se realizassem” as manifestações. “Respeitamos a sua opinião [dos colectivos], mas não concordamos, pois cremos que o silêncio é cúmplice e a menorização da luta no espaço público em relação à agenda da política parlamentar é prejudicial ao combate antirracista e antifascista, tal como a sistemática tentativa de silenciar” os activistas da FUA, prossegue o esclarecimento. Na última semana, três deputadas e sete activistas foram alvo de ameaças por uma autoproclamada “Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional”, que reivindicou também uma acção junto à associação SOS Racismo. Na quinta-feira, o Ministério Público instaurou um inquérito-crime, um dia depois de o dirigente da SOS Racismo Mamadou Ba ter prestado declarações na Polícia Judiciária e ter confirmado a recepção, juntamente com mais nove pessoas, de uma mensagem de correio electrónico a estipular o prazo de 48 horas para abandonar o país. Este domingo decorreram, no Largo Camões, em Lisboa, e nos Aliados, no Porto, duas manifestações convocadas pela FUA. Em Lisboa, centenas de pessoas manifestaram-se contra o fascismo, o racismo e pela liberdade e direitos cívicos, num protesto que quem lá estava disse ser necessário pelo crescente à-vontade com que a extrema-direita se sente para cometer crimes. No Porto, foram cerca de trezentas as pessoas que participaram numa concentração contra “tentativas de intimidação” a três deputadas e a sete activistas antifascistas e antirracistas. Entre os manifestantes concentrados no Porto encontrava-se Luís Lisboa, coordenador do núcleo de Guimarães da FUA, um dos primeiros activistas a formalizar queixa-crime pelas ameaças que recebeu e que disse encontrar-se já sob protecção policial.
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A Frente Unitária Antifascista (FUA) garantiu esta segunda-feira que “fez de tudo para agregar toda a esquerda” nas manifestações antifascistas de domingo, no Porto e em Lisboa, rejeitando, por isso, as acusações de organização desleal feitas por várias organizações. “A FUA fez de tudo para agregar toda a esquerda em torno do repúdio aos ataques da extrema-direita.
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Trina Robbins (1938-2024), uma vida dedicada às mulheres na banda desenhada
Mas, sobretudo, dedicou a vida à banda desenhada. Nesse meio, desenhou, escreveu e criou, sendo um dos mais importantes nomes do movimento da contracultura dos Underground comix. Mas também funcionou como uma espécie de historiadora que resgatou nomes femininos esquecidos do passado no seu percurso de activista feminista. Ouça este artigo
Em destaque Edição impressa 12 de Abril de 2024 Opinião Gerir notificações Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações. Notificações bloqueadas Para permitir notificações, siga as instruções:
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Trina Robbins, que morreu esta quarta-feira, aos 85 anos, fez de tudo, desde roupa para a cantora Mama Cass a ajudar a fotografar a primeira digressão dos Rolling Stones nos Estados Unidos. Foi próxima da banda Byrds e de Jim Morrison e Joni Mitchell cantou sobre ela em Ladies of the Canyon.
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A casta Callum, os vinhos Cepa C’alua e uma história de amizade e tenacidade
Foi a Câmara Municipal de Oleiros que propôs a certificação da Callum ao IVV, na sequência de um trabalho de recuperação da casta junto de pequenos produtores do concelho, Sérgio e Domingos incluídos. O IVV aceitou o processo em Setembro de 2019 e a casta está certificada desde o início de 2020 para a região demarcada da Beira Interior. Fonte oficial da autarquia explica ao Terroir que as primeiras plantações foram feitas com material genérico “de Oleiros, historicamente o lugar da Callum”. Entretanto, há pelo menos mais um produtor no distrito de Castelo Branco a trabalhá-la. A Quinta dos Termos, que instalou um campo com 92 clones de Callum na sua Herdade do Lousial e lançou ainda em 2021 um monovarietal que certifica como DO Beira Interior. Com uma origem secular, a uva que Domingos, Sérgio e o Município de Oleiros afirmam ser originária do concelho, “nem sequer era reconhecida por parte do IVV [Instituto da Vinha e do Vinho]”, contam os dois amigos, com raízes na aldeia Cardosa. E isso obrigou-os a trilhar um percurso “desafiante e ambicioso”, que também significou abrir caminho para um novo produto na Beira Interior. Confirmada a autorização para fazer vinho com a casta Callum, em Janeiro de 2020, Sérgio e Domingos conseguiram então lançar o seu vinho para o mercado em 2022: o Cepa C’alua. Também avançaram com a sua primeira plantação de vinhas. Fazem questão de garantir que este será sempre um projecto colectivo, envolvendo os produtores de Oleiros. “Começámos por tentar perceber a quantidade de vinhas [da casta] Callum que existiam, e também a qualidade, devido aos incêndios que foram atingindo a região”, conta Domingos Tiodósio. Andaram de freguesia em freguesia, a falar com os produtores, num processo que levou o seu tempo. “As pessoas não nos conheciam, era tudo novidade”, testemunham. Estabelecidos os contactos, adquiriram as uvas a produtores locais e, em 2016, realizaram a sua primeira produção, ainda em fase de testes, “a ver se tinha aceitação”. O resultado foi animador, “a nível local, mas também fora da região”, garantem. Pedro Teixeira é o enólogo que os acompanha desde a primeira hora neste projecto, que não precisou de muito tempo para deixar de ser apenas um “piloto”. Sérgio Antunes e Domingos Tiodósio, ambos com 45 anos, o primeiro com um passado de trabalho em design e informática e o segundo com background no marketing, já investiram na construção de uma adega — nos primeiros três anos, trabalharam num barracão —, e num terreno com cerca de um hectare de vinhas próprias. Dentro de ano e meio, dois anos, poderão estar já a colher uvas dessas plantações, na localidade da Silvosa, acreditam. “As videiras Callum ao fim de três ou quatro anos já estão a produzir”, atestam. Os produtores dos vinhos Cepa C’alua têm planos para crescer e querem “apostar na diferenciação e valorização”, nunca em grandes quantidades. Em 2020, produziram 2.500 garrafas. “Os produtores a quem compramos também não têm grandes quantidades de uva”, reparam, lembrando que as videiras “caluas” têm características especiais: são plantadas junto às linhas de água e, normalmente, trepam por outras árvores como salgueiros, amieiros, sobreiros ou cerejeiras. Num levantamento feito pela Câmara de Oleiros, pode ler-se que a Callum já aparece “referenciada pela Ordem de Malta nos forais de Oleiros velho [século XIII] e novo [século XVI], assim como em documentos oficiais da Direcção-Geral de Agricultura, de finais do século XIX”. No site da autarquia, refere-se também que algumas das videiras de Callum existentes no concelho são anteriores à filoxera. Vindimas tardias Produzida num “terroir com muita pedra”, esta casta cujo nome advirá, provavelmente, do latim “Callum” (e que quer dizer pele dura, crosta) ou “Callosus” (caloso duro), requer vindimas tardias, em Outubro ou até mesmo em Novembro. “Os antigos diziam que chegavam a ser feitas em Novembro, mas nós sempre fizemos em Outubro”, contam os produtores do Cepa C’alua. Por esta altura, têm a produção deste ano — cerca de 6.000 quilos de uvas — em fase de fermentação e, tudo leva a crer, que 2022 foi um ano bom. “Não sentimos o efeito da seca. Aqui a questão tem mais a ver com a necessidade de encontrarmos um equilíbrio, uma vez que o concelho é demasiado grande e nalguns locais a uva está madura e noutros não”, explicam. Sérgio Antunes e Domingos Tiodósio têm andado por vários territórios, nomeadamente além-fronteiras, a promover o seu vinho branco, muito ligeiro, de baixo teor alcoólico e cuja tonalidade varia entre o amarelo palha e o topázio. “É um vinho fresco, frutado e que se bebe bem como aperitivo, mas também a acompanhar a refeição. Inclusive, vai bem com o cabrito estonado aqui da região”, sublinham.
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Conheceram-se num curso de formação profissional, em Castelo Branco, e muito embora estivessem em posições distintas — Sérgio Antunes era formando e Domingos Tiodósio o formador —, estes dois amigos acabariam por unir esforços naquilo que começou por ser um “projecto-piloto” e que pretendia averiguar “se havia aceitação relativamente à casta Callum”. À data em que tiveram a ideia de negócio, 2014, a casta branca Callum — que aparece hoje na rotulagem da Denominação de Origem Beira Interior e da Indicação Geográfica Terras da Beira, como sinónimo da casta Batoca —, não estava na lista das autorizadas pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), mas a persistência da dupla, e o apoio precioso do Município de Oleiros, levou a que Sérgio e Domingos conseguissem lançar, no último Verão, o primeiro vinho Cepa C'alua (como IG Terras da Beira).
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Acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel depois do pior conflito desde a guerra em 2014
De acordo com o Exército israelita, nas 25 horas que se seguiram à descoberta da operação de domingo foram disparados mais de 460 rockets e morteiros contra o Sul de Israel, matando uma pessoa e ferindo cerca de 70. A cada vaga de ataques por parte do Hamas, a Força Aérea israelita respondeu com intensos bombardeamentos, que atingiram centenas de posições do Hamas e de outras organizações militantes palestinianas. De acordo com o Hamas, os bombardeamentos israelitas mataram sete palestinianos. Este foi o pior conflito desde 2014, ano em que estalou uma guerra entre o Hamas e o Exército israelita que durou 51 dias e que provocou a morte de mais de 2200 palestinianos e 74 israelitas, na sua maioria militares. Tudo começou na madrugada de domingo, quando um comando do Exército israelita que circulava num automóvel no interior da Faixa de Gaza lançou uma operação secreta na cidade de Khan Younis, a três quilómetros da fronteira. A operação foi descoberta pelo Hamas que se lançou em perseguição contra o grupo de operações especiais, que escapou com o apoio da Força Aérea de Israel. Apesar disso, um solado israelita morreu e outro ficou ferido. Logo a seguir começaram a chover rockets em Israel que respondeu com intensos bombardeamentos. Esta troca de fogo durou até esta terça-feira. Perante a escalada da violência, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu reuniu o seu gabinete de segurança na sede do Exército em Tel Aviv. O encontro decorreu durante sete horas. Depois, foi anunciado que as forças israelitas iriam manter os bombardeamentos “se necessário”. O tom das ameaças foi crescendo ao longo das últimas 24 horas, com o Hamas a garantir que iria continuar a lançar rockets contra as cidades israelitas. No entanto, e como já estava previsto, chegou nesta terça-feira a Gaza uma delegação do Egipto e da ONU que tinha como objectivo mediar um cessar-fogo depois de oito meses de sucessivos conflitos na fronteira. Terão sido estas duas delegações a acalmar os ânimos já que, logo após a sua chegada, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, divulgou um comunicado a informar que estava na disposição de suspender o lançamento de rockets e morteiros se a Força Aérea israelita terminasse também com os bombardeamentos. “A resistência palestiniana está a defender o seu povo e a si mesma perante a agressão israelita”, disse Haniyeh, acrescentando que se “a ocupação parar com a sua agressão, é possível regressar a um acordo de cessar-fogo”. Do lado israelita ainda não chegaram confirmações oficiais, mas várias fontes diplomáticas e do Governo informaram a comunicação social local que o cessar-fogo foi aceite.
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Uma operação das forças israelitas na Faixa de Gaza, na madrugada de domingo, que matou sete palestinianos, incluindo um comandando do braço armado do movimento armado do Hamas, provocou a maior troca de fogo desde 2014. Nesta terça-feira, depois da chegada de uma delegação do Egipto e das Nações Unidas, foi anunciado um acordo de cessar-fogo entre as duas partes.
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Espanha: calor está a levar as crias dos pássaros para o hospital
Os jovens andorinhões comuns, o pisco-ferreiro, os peneireiros comuns e as águias imperiais são pacientes habituais do Centro Regional de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) de Madrid durante o Verão, uma vez que são particularmente vulneráveis às temperaturas escaldantes que podem ultrapassar os 40 graus Celsius. "Os andorinhões são as 'estrelas' do Verão, porque são os que mais chegam", disse à Reuters a directora do CRAS e chefe veterinária, Silvia Villaverde, acrescentando que já ultrapassaram a marca de 1400 andorinhões atendidos este ano. Em 2022, o calor também afectou as crias dos pássaros em Espanha. Uma onda de calor em Junho de 2022 atingiu as aves e os seus filhotes, que, enquanto tentam escapar das altas temperaturas, estavam a cair dos seus ninhos. Os filhotes são complexos de cuidar, pois exigem alimentação individual constante com uma dieta composta exclusivamente de insectos, o que representa uma grande carga em termos de tempo, recursos e pessoal para o centro, sublinha a responsável. Muitas vezes são trazidos por caminhantes que os encontram caídos no chão depois de terem saltado dos ninhos ou de terem sido empurrados pelos irmãos devido ao calor intenso. O CRAS também recebe muitos peneireiros-das-torres que acabaram de nascer, mas que ainda são incapazes de se alimentar sozinhos ou que caíram em locais inacessíveis aos pais, acrescenta o engenheiro florestal Alejandro Martinez. "Depois de um ou dois dias sem comida, com estas temperaturas elevadas, desidratam muito facilmente", acrescentou. Para reintroduzir as diversas aves na natureza, o CRAS utiliza a técnica de "acolhimento", na qual os filhotes são colocados em outros ninhos e adoptados por novos pais que lhes ensinam o comportamento adequado, inclusive como voar ou caçar.
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Um centro de recuperação de animais selvagens no centro de Espanha não se poupa a esforços para recuperar a saúde das muitas crias de aves afectadas pelo calor abrasador do verão, para que possam ser libertadas na natureza. Nos últimos anos, as ondas de calor tornaram-se mais frequentes em Espanha, no âmbito de um padrão global de aumento das temperaturas, amplamente atribuído pelos cientistas à actividade humana.
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Parlamento aprova regime de excepção para vítimas dos incêndios da Madeira
A bancada do PS optou pela abstenção, à excepção de Paulo Trigo Pereira que votou contra. A defesa da proposta social-democrata, que tem por base uma resolução aprovada no parlamento madeirense, foi feita por Sara Madruga da Costa, que pediu ao Estado para concretizar a “solidariedade” que repetidamente anunciou, mas que ainda não chegou. Em causa, está o regulamento do programa de apoio à habitação (Prohabita), destinado a pessoas carenciadas, que deixa de fora famílias cujo vencimento ultrapasse os três ordenados mínimos. Nas contas da deputada do PSD, cerca de 30% das famílias afectadas pelos incêndios ficam de fora dos apoios. O apoio extraordinário acabou por ser aprovado, mas não sem que antes se assistisse a uma discussão entre Sara Madruga da Costa e outro deputado madeirense, o socialista Carlos Pereira. A social-democrata seguiu a narrativa do governo madeirense, de que, quase um ano depois dos incêndios, apenas chegaram ao Funchal apoios comunitários, enquanto da bancada socialista Carlos Pereira insistia que cerca de 80% dos apoios anunciados por Lisboa já foram contratualizados. Já Paulo Trigo Pereira explicou, numa declaração de voto, o chumbo à proposta. “Aquilo que parece do mais elementar bom senso e razoabilidade é que, para além da solidariedade nacional, haja também um co-financiamento e solidariedade regional às famílias madeirenses.” Os incêndios registados na Madeira no último Verão, provocaram três mortos, um ferido grave e a destruição total ou parcial de 300 imóveis. Os prejuízos foram avaliados em 157 milhões de euros, 17,3 dos quais relacionados com habitações.
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A Assembleia da República aprovou sexta-feira um regime de excepção que vai permitir que todas as famílias afectadas pelos incêndios de Agosto passado na Madeira beneficiem de um apoio extraordinário para a recuperação das habitações. O diploma, da autoria da bancada do PSD, foi aprovado com os votos de PSD, CDS, BE, PCP, PEV e PAN.
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Maioria dos rapazes e raparigas tem primeira relação sexual aos 15 anos
E, embora a maioria dos jovens mostre ter um nível de conhecimento bom ou muito bom sobre temas relacionados com a sexualidade, no que diz respeito aos contraceptivos e infecções sexualmente transmissíveis cerca de metade revelou ter um nível de conhecimento médio e em quase um terço era mau. Estas são algumas das conclusões do estudo Jovens e educação sexual: conhecimentos, fontes e recursos, desenvolvido pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) em conjunto com a Associação para o Planeamento da Família (APF) e o CLISSIS – Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Investigação Social. Este estudo, que envolveu 2319 alunos do 10.º e 12.º anos que responderam a um inquérito feito entre Fevereiro e Junho de 2021, revelou ainda que nos estudantes que têm um relacionamento que inclui relações sexuais a maioria recorre a métodos contraceptivos, mas apenas para evitar uma gravidez – 59% dizem usar a pílula e 24% interromper o coito. A preocupação com doenças sexualmente transmissíveis está em segundo plano. Apenas 44,9% admitiram usar sempre o preservativo. No ano passado, a maioria dos jovens – mais de 80%, quer rapazes, quer raparigas – utilizou o preservativo na sua primeira relação sexual. Porém, segundo os investigadores, o uso deste método contraceptivo diminuiu face a 2008, ano em que foi feita a primeira edição deste estudo. Enquanto em 2008 97% dos rapazes disseram ter usado preservativo, no ano passado o número diminuiu para os 88,4%. Já no que diz respeito às raparigas, em 2008, 95,1% usaram preservativo na primeira relação com parceiro, mas no ano passado apenas 92,5% o fizeram. Outra questão que o estudo destaca é que a maioria dos jovens não pede ajuda nem fala com alguém sobre as dúvidas que possa ter relacionadas com a sexualidade. E, quando o fazem, pedem ajuda a amigos e às mães. Curiosamente, as redes sociais não são muito utilizadas como fontes de informação sobre estes assuntos e apenas 33% recorrem a profissionais de saúde. O estudo também revela que as raparigas, à semelhança do que já acontecia em 2008, continuam a ser as que conversam mais sobre a sexualidade e estão mais informadas. Em que medida a covid-19 e as restrições a ela associadas tiveram impacto na vida sexual e afectiva? A maioria dos jovens, 76,2%, respondeu que tiveram um impacto muito reduzido.
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Rapazes e raparigas estão praticamente ao mesmo nível no que diz respeito ao início da actividade sexual com parceiro. Para homens e mulheres, a primeira relação sexual dá-se por volta dos 15 anos.
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Trump entrega-se numa prisão em Atlanta, paga 200 mil dólares e sai 20 minutos depois
Em causa está o processo em que é acusado de tentar alterar os resultados das eleições presidenciais de 2020. Pela primeira vez, entre os vários processos que enfrenta, Trump foi obrigado a tirar uma mugshot, isto é, a fotografia tirada a uma pessoa aquando da sua detenção. O ex-Presidente nega todas as acusações e considera ser alvo de perseguição política. Depois de se entregar, Trump foi formalmente acusado e libertado após o pagamento de uma fiança de 200 mil dólares.
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O ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump entregou-se esta quinta-feira às autoridades. Trump apresentou-se no estado norte-americano da Georgia, na prisão de Fulton County, em Atlanta.
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Banco de Portugal abre conta no Instagram para chegar aos jovens
Os dispositivos móveis, como smarthphones e tablets, permitem o acesso a produtos e serviços financeiros em qualquer altura e em qualquer lugar, de forma mais rápida e cómoda. Mas a utilização de canais digitais também acarreta riscos relacionados com a segurança das operações, com o acesso mais facilitado a produtos e a compras por impulso, e que podem implicar o recurso ao crédito. E é por isso que o regulador da banca quer intensificar a sua intervenção na promoção da educação financeira digital, com uma campanha específica para jovens. “Não faças da internet um jogo de alto risco: há pessoas que tentam passar-se por outras para obter os teus dados”, é uma das mensagens no Instagram. Seguir-se-ão mais quatro mensagens, nas próximas quatro semanas. As campanhas também estarão disponíveis no Portal do Cliente Bancário. Os materiais da campanha serão, depois, reunidos numa brochura dirigida a escolas secundárias de todo o país.
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Como se alertam os jovens sobre os riscos das operações bancárias realizadas através da Internet? As redes sociais podem dar uma ajuda e foi isso mesmo que o Banco de Portugal (BdP) acabou de fazer, criando uma conta Instagram, onde se estreou com a campanha #ficaadica.
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Corpo de Gabby Petito encontrado em parque florestal dos EUA
A confirmação desta quarta-feira é a última reviravolta de uma história que tem chamado a atenção dos norte-americanos desde que a família de Petito revelou o desaparecimento da jovem a 11 de Setembro. Dez dias antes, o noivo, Brian Laundrie, regressou a casa sozinho da viagem que o casal tinha planeado e que deveria ter durado quatro meses. “O médico legista do condado de Teton, Brent Blue, confirmou que os restos mortais são de Gabrielle Venora Petito, nascida a 19 de Março de 1999”, revelou o FBI de Denver num comunicado. “A determinação inicial para a forma como a jovem morreu é homicídio. A causa da morte permanece pendente dos resultados finais da autópsia”. O corpo de Petito foi descoberto no domingo numa área remota da Floresta Nacional Bridger-Teton, no oeste do estado Wyoming, a menos de 300 metros do local onde um casal que produzi conteúdos em vídeo filmou o que parecia ser a carrinha branca de Petito e Laundrie estacionada numa estrada de terra na noite de 27 de Agosto. “O FBI e os nossos parceiros continuam empenhados em garantir que qualquer pessoa responsável ou cúmplice na morte de Petito seja responsabilizada pelas suas acções”, disse ainda o FBI. Noivo continua desaparecido Laundrie regressou a casa, na Florida, a conduzir a carrinha de Petito no dia 1 de Setembro. Depois da família da jovem declarar que esta estava desaparecida, Laundrie recusou-se a falar com os investigadores e contratou um advogado e, dias depois, saiu de casa com uma mochila dizendo que ia passar uns dias a uma reserva natural. Os pais de Laundrie disseram a agentes do FBI que o viram pela última vez há uma semana. A polícia de North Port, localidade onde o jovem casal vivia, disse que a família de Laundrie só comunicou o desaparecimento do filho três dias depois de este ter saído de casa. A polícia e os agentes do FBI retomaram as buscas pelo jovem na reserva pantanosa na terça-feira, usando helicópteros e veículos todo-o-terreno, mas deram os esforços por terminados quando a noite caiu. Um porta-voz da polícia de North Port disse que seriam retomados esta quarta-feira. Petito e Laundrie partiram de Nova Iorque a 2 de Julho e o objectivo era chegarem à outra ponta do país quatro meses depois. Petito queria que a família e os amigos acompanhassem de perto a viagem e as primeiras imagens que foi publicando no Instagram mostram a jovem a sorrir com belas paisagens de parques naturais no fundo da fotografia. O casal chegou mesmo a fazer um vídeo, que publicou no YouTube, para documentar a viagem. Petito foi vista pela última vez no dia 24 de Agosto quando estava a sair de um hotel em Salt Lake City. A última publicação na conta de Instagram é datada de 25 de Agosto, dois dias depois, e os pais da jovem questionam agora se as últimas mensagens que receberam terão sido realmente escritas pela filha. “Por tudo o que vimos nas fotografias e nos vídeos, mesmo quando falamos com ela, eles estavam a divertir-se muito”, disse ao NYT a mãe de Petito, Nichole Schmidt. Os investigadores passaram grande parte desta segunda-feira a vasculhar a casa da família Laundrie, que já foi declarado como “pessoa de interesse” por ter sido a última pessoa a ver Petito antes de esta desaparecer, mas não foi ainda acusado de nenhum crime. Os agentes foram vistos a carregar caixa de documentos e rebocaram um carro. Para justificar os mandados de busca, os investigadores citaram uma mensagem de texto datada de 27 de Agosto supostamente enviada por Petito para a mãe. Na mensagem, a jovem refere-se ao avô como “Stan”, algo que a família considera estranho. A 12 de Agosto, mais de um mês depois de o casal iniciar a viagem, a polícia de Moab, no Utah, foi chamada a intervir num “problema doméstico”. De acordo com o relatório policial, Laundrie terá tido “uma discussão” com Petito e disse-lhe para se acalmar antes de continuarem a viagem. Quando a polícia chegou ao local, ambos afirmaram que o episódio deveria ser classificado como “colapso emocional/mental”, e não como uma agressão física/doméstica. As imagens da câmara de vídeo das fardas dos polícias mostram Petito a chorar no banco de trás da carrinha e a dizer que tinha ansiedade. Ainda segundo o relatório policial, a jovem disse que deu uma bofetada ao noivo porque temia que este “fosse deixá-la em Moab sem boleia”. A polícia descreve Laundrie como a vítima do incidente e aconselhou a que este passasse a noite num hotel, enquanto Petito ficava na carrinha. Nenhum dos dois apresentou queixa.
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O corpo encontrado num parque nacional do estado norte-americano de Wyoming foi identificado como Gabby Petito, a jovem de 22 anos que desapareceu durante uma viagem de carrinha pelos EUA com o noivo, confirmou o FBI na terça-feira. A morte de Petito foi considerada pelo médico legista como um homicídio.
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